sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ética jornalística

Neuber Fischer

Ética é ética em qualquer profissão, como escreveu Claudio Abramo e concordo com ele, a ética do jornalista e do marceneiro são as mesmas. Ser ético no jornalismo é seguir o que rege a profissão, ou seja, o Código de Ética, que contém as regras a serem seguidas pelos profissionais, o jornalista tem o dever de informar tudo o que for de interesse público com verdade, imparcialidade, objetividade, respeitando os direitos humanos e a legislação, entre tantas outras questões abordadas no código. Tudo isso na visão de quem fez o código.

Porém na pratica a questão é um tanto quanto diferente, pelo pouco que pude perceber o jornalista ele segue a ética da empresa, que pode algumas vezes não bater com a ética da profissão, concordo em alguns pontos porque o código dos jornalistas é um tanto quanto fantasioso. Vivemos em um mundo capitalista, onde o que manda é o dinheiro, e não adianta dizer que vou seguir a ética ao pé da letra, prefiro dizer que vou seguir os meus princípios que para a sociedade pode ou não ser tão ético.

Sou da seguinte opinião aquilo que não é ilegal, aquilo que é lícito pode ser feito, mas nem tudo que é lícito convém, é ai que entra a moral, a ética da pessoa, o individual. O que é ético pra mim pode não ser para o outro, nem para a sociedade, mas eu prefiro seguir o que eu penso, respeitando o que os outros pensam, a coletividade.

Como futuro profissional eu não me obrigarei a fazer aquilo que vai contra os meus princípios, mas tenho uma visão bastante mercadológica das coisas e entendo que sem dinheiro não se vive, então é um tanto quanto demagógico dizer que farei isso ou aquilo, vai depender das circunstâncias, todo mundo tem um preço. Vou seguir a ética da empresa em que eu trabalhar, que claro eu só vou trabalhar nessa empresa se os ideais dela forem parecidos com os meus. Falo isso quando eu já estiver estabilizado profissionalmente, porque quando se sai da faculdade não dá pra recusar uma primeira oportunidade de trabalho.

Para finalizar, quando li o código de ética do jornalismo, parecia que eu estava lendo algo que não existe, afinal logo no começo diz: a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e/ou diretores. Ai já não bate com a realidade, toda empresa tem sua linha editorial que segue os interesses do dono e o jornalista tem que seguir essa linha ou está fora, então é como eu já disse, pretendo trabalhar na empresa que tiver a linha editorial que se aproxime da minha idéia de fazer jornalismo, que é informar a verdade, de forma clara, tudo aquilo que realmente interessa ao público, mas acima de tudo vender muito, porque a empresa precisa de dinheiro para se manter e eu também, só não farei aquilo que for contra a lei.

Desculpem-me os idealistas, mas o jornalismo com cara socialista já é passado, quem persistir nessa linha está fadado ao fracasso. Basta olhar o mercado de trabalho, ali está a realidade. Na faculdade muitas vezes são passadas teorias que não correspondem a pratica. Por isso penso que o ensino de jornalismo precisa mudar. E o código de ética precisa ser alterado, já que foge em grande parte a realidade.


Texto produzido em 2009 para crédito à disciplina Ética e Legislação em Jornalismo da Profª. Ana Eugênia Nunes de Andrade.

Lei de imprensa e diploma são temas de debate em Pouso Alegre

Neuber Fischer

O I Seminário de Comunicação em Jornalismo, promovido pela Univás e pela Câmara Municipal de Pouso Alegre, com o tema legislação e ética, teve como assuntos centrais, em seu primeiro dia, a revogação da lei de imprensa e a queda da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. Os palestrantes, o advogado Rovilson Carvalho e o jornalista José Arbex Jr debateram o tema.

Segundo Carvalho, a lei de imprensa continua em vigor, pois só deixará de existir depois do acórdão, ou seja, a decisão definitiva do órgão judicial sobre a lei em questão. De acordo com o advogado, para reverter à situação do diploma não é necessária uma emenda à constituição, “basta que o legislativo crie uma norma que regule a profissão”.

Rovilson Carvalho esclareceu que com o fim da lei de imprensa, “todos os crimes cometidos pelos jornalistas e pelas empresas jornalísticas serão julgados com base no código penal”, ressaltou ainda que a lei de imprensa, criada durante a ditadura militar feria o artigo 5º da Constituição, que trata da liberdade de expressão a qualquer indivíduo, esse foi também um dos argumentos do ministro Gilmar Mendes.

Questionado sobre o direito de defesa e a possibilidade de não ser obrigatório o diploma para o exercício da advocacia, Rovilson afirmou que, na Constituição é livre o direito de defesa, mas há uma norma infraconstitucional que exige formação específica para advogado que é o estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), “o advogado é indispensável à justiça” ressalta.

Apesar de concordar com a decisão do STF em derrubar a obrigatoriedade do diploma de jornalista, devido a liberdade de expressão e pelo fato da obrigatoriedade ir contra a constituição, o advogado concorda que é importante a formação em jornalismo e que é bom que não se abra para qualquer um ser jornalista. De acordo com o advogado ainda é necessário o registro do profissional junto ao Ministério do trabalho


Matéria produzida em 2009 para crédito à disciplina Jornalismo Impresso A da Profª Vânia dos Santos Mesquita.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Jandira: “Sou jornalista de coração e de alma”

Neuber Fischer

Jandira Aparecida Alves de Rezende, jornalista e professora, solteira, nasceu em São Paulo, na Casa Verde, filha de Saulo Alves de Rezende e Olga Ambrosio de Rezende, tem dois irmãos e uma irmã. Quando criança brincar e contar histórias eram com ela mesma, andar de bicicleta, pega-pega e empinar pipa eram suas brincadeiras favoritas.

Por gostar muito de escrever, ler, ser curiosa e inconformada com as injustiças, Jandira descobriu que tinha vocação para o jornalismo e que podia trabalhar em beneficio da sociedade, para que ela fosse mais justa.

Jandira começou seus estudos em jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. Depois motivada pela mudança da empresa em que ela trabalhava, como secretária, a Companhia Paulista de Força e Luz, para Campinas-SP, Jandira transferiu-se para a PUC Campinas, onde se formou em 1982.

O Projeto Rondon, que tinha o objetivo de proporcionar ao acadêmico a oportunidade de conhecer o Brasil, foi onde Jandira teve sua primeira experiência como jornalista. Como profissional do jornalismo Jandira já foi responsável pelo Jornal Sul das Gerais, pelo departamento de jornalismo da Rádio Difusora, pelo Jornal do Estado e Jornal Bandeirante, todos em Pouso Alegre-MG. Jandira Rezende também foi a primeira jornalista formada a trabalhar na Prefeitura de Pouso Alegre e foi correspondente da revista Istoé Minas.

Entre 1985 e 1986, veio um convite desafiador, ser professora. Jandira conta: “Eu era a segunda jornalista com diploma em Pouso Alegre e os diretores da Fundação Universitária do vale do Sapucaí achavam que eu tinha o perfil para ser professora e me convidaram para ajudar na abertura do curso de Jornalismo na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Eugenio Pacceli”.

Além de lecionar nos cursos de jornalismo e publicidade e propaganda da Univás, Jandira já foi professora na Unifenas, em Alfenas e Unis em Varginha. Desde 1988 ensinando jornalismo, Jandira já foi responsável pelas disciplinas como, assessoria de imprensa, jornalismo empresarial, técnica de reportagem, entrevista, pesquisa, entre outras. Hoje as áreas em que atua com maior freqüência são as disciplinas ligadas ao radio e ao impresso.

“Defender a dignidade das pessoas, a justiça, o que não agrada a todos é meu maior desafio como jornalista”, exclama Jandira Rezende.

Profissionalmente, Jandira se espelhou em professores que teve na infância, como Isóra Pereira Lins e depois os professores da faculdade Francisco Gaudêncio Torquato do Rego, Freitas Nobre e Ciro. Na pós graduação na PUC em Belo Horizonte, as professoras Cremilda Medina e Santaella.

“Meus melhores momentos como jornalista, foi sempre poder ver uma pessoa, a comunidade, uma instituição reconhecer que através do trabalho do jornalista ela pode ser respeitada e como professora é saber que um ex aluno está no mercado de trabalho e feliz, realizado com o que faz, isso me deixa muito feliz”, afirma Jandira.

Pelo que é e por tudo que conquistou Jandira é grata, “Agradeço aos meus pais, à minha família, aos meus amigos e aos professores que estiveram no meu caminho para que eu pudesse obter conhecimento e principalmente, saber valorizar ao ser humano”.

Jandira Aparecida Alves de Rezende, jornalista e professora, solteira, nasceu em São Paulo, na Casa Verde, filha de Saulo Alves de Rezende e Olga Ambrosio de Rezende, tem dois irmãos e uma irmã. Quando criança brincar e contar histórias eram com ela mesma, andar de bicicleta, pega-pega e empinar pipa eram suas brincadeiras favoritas.

Por gostar muito de escrever, ler, ser curiosa e inconformada com as injustiças, Jandira descobriu que tinha vocação para o jornalismo e que podia trabalhar em beneficio da sociedade, para que ela fosse mais justa.

Jandira começou seus estudos em jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. Depois motivada pela mudança da empresa em que ela trabalhava, como secretária, a Companhia Paulista de Força e Luz, para Campinas-SP, Jandira transferiu-se para a PUC Campinas, onde se formou em 1982.

O Projeto Rondon, que tinha o objetivo de proporcionar ao acadêmico a oportunidade de conhecer o Brasil, foi onde Jandira teve sua primeira experiência como jornalista. Como profissional do jornalismo Jandira já foi responsável pelo Jornal Sul das Gerais, pelo departamento de jornalismo da Rádio Difusora, pelo Jornal do Estado e Jornal Bandeirante, todos em Pouso Alegre-MG. Jandira Rezende também foi a primeira jornalista formada a trabalhar na Prefeitura de Pouso Alegre e foi correspondente da revista Istoé Minas.

Entre 1985 e 1986, veio um convite desafiador, ser professora. Jandira conta: “Eu era a segunda jornalista com diploma em Pouso Alegre e os diretores da Fundação Universitária do vale do Sapucaí achavam que eu tinha o perfil para ser professora e me convidaram para ajudar na abertura do curso de Jornalismo na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Eugenio Pacceli”.

Além de lecionar nos cursos de jornalismo e publicidade e propaganda da Univás, Jandira já foi professora na Unifenas, em Alfenas e Unis em Varginha. Desde 1988 ensinando jornalismo, Jandira já foi responsável pelas disciplinas como, assessoria de imprensa, jornalismo empresarial, técnica de reportagem, entrevista, pesquisa, entre outras. Hoje as áreas em que atua com maior freqüência são as disciplinas ligadas ao radio e ao impresso.

“Defender a dignidade das pessoas, a justiça, o que não agrada a todos é meu maior desafio como jornalista”, exclama Jandira Rezende.

Profissionalmente, Jandira se espelhou em professores que teve na infância, como Isóra Pereira Lins e depois os professores da faculdade Francisco Gaudêncio Torquato do Rego, Freitas Nobre e Ciro. Na pós graduação na PUC em Belo Horizonte, as professoras Cremilda Medina e Santaella.

“Meus melhores momentos como jornalista, foi sempre poder ver uma pessoa, a comunidade, uma instituição reconhecer que através do trabalho do jornalista ela pode ser respeitada e como professora é saber que um ex aluno está no mercado de trabalho e feliz, realizado com o que faz, isso me deixa muito feliz”, afirma Jandira.

Pelo que é e por tudo que conquistou Jandira é grata, “Agradeço aos meus pais, à minha família, aos meus amigos e aos professores que estiveram no meu caminho para que eu pudesse obter conhecimento e principalmente, saber valorizar ao ser humano”.


Perfil produzido em 2009 para crédito à disciplina Jornalismo On-Line da Profª. Patrícia do Prado Marques Cordeiro.

Jornalista e professora, Jandira Rezende é homenageada pelos anos de dedicação a frente do SINPRO Minas


Neuber Fischer

Nos anos de 1990, Jandira Rezende foi convidada para participar de uma das chapas para a eleição da diretoria do Sindicato dos Professores de Minas Gerais, chapa esta, que venceu o pleito, assim, Jandira permaneceu por mais de 10 anos na direção do SINPRO Minas, regional de Pouso Alegre. Agora, depois de anos de dedicação ela é homenageada pelos colegas de trabalho.

Para Jandira, a homenagem é uma demonstração de consideração ao seu trabalho, “Ser homenageada é receber a atenção, o carinho e o respeito dos colegas, que assumiram a nova gestão do Sindicato, que existe há mais de 60 anos” agradece Jandira. Além de diretora do SINPRO, Jandira chegou a ser diretora da FITEE, Federação dos Trabalhadores nos Estabelecimentos de Ensino, onde atuou por cinco mandatos e chegou a ser diretora executiva, tendo que exercer a função três vezes por semana, em Belo Horizonte.

Jandira se aproximou do sindicalismo, através de amigos que defendiam os direitos e a dignidade do trabalhador. “Por isso considero o movimento sindical muito importante para todas as pessoas”, diz Jandira.

Como diretora do Sindicato, Jandira intermediava audiências entre professores e representantes das escolas, participava de congressos, conferências e palestras, sempre defendendo a causa dos professores e auxiliares. Em Pouso Alegre, Jandira conta: “O SINPRO colaborou com as outras categorias de trabalhadores, como o Sindicato dos Comerciários, os movimentos estudantis e outros órgãos que sempre atuaram em benefício do cidadão”.

Jandira afirma que o maior desafio dela, enquanto professora e diretora do Sindicato, foi quando a Fundação Universitária do Vale do Sapucaí, passou por uma crise financeira, e como sindicalista, participou de reuniões com a direção da mantenedora FUVS, para resolver a situação dos salários que estavam atrasados e o reajuste anual, que após várias negociações foi resolvido e pago em parcelas.

Após deixar a direção do Sindicato dos Professores Jandira diz: “Pretende colaborar com o SINPRO Minas, para que o professor seja respeitado, tenha dignidade e possa sempre dialogar com o empregador”.

Jandira deixa um recado a todos os profissionais com relação a sindicalização: “Todo e qualquer trabalhador deve procurar o seu sindicato, conhecer o quê ele faz em prol da classe, da categoria e se filiar, porque só assim é que um sindicato pode ter sua autonomia e batalhar pela causa dos trabalhadores.

Perfil produzido em 2009 para crédito à disciplina Jornalismo On-Line da Profª. Patrícia do Prado Marques Cordeiro.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Marina Silva vai ser presidente?

Neuber Fischer

Marina Silva, 51 anos, negra, filha de seringueiros do Acre, teve uma infância pobre. Hoje é senadora, ambientalista e pedagoga, filiada ao Partido Verde e possível candidata a presidência da república. Seriam estes os atributos capazez de elege-la presidente? Dificil saber. Fato é, que a entrada dela na disputa eleitoral provocou alvoroço entre os demais candidatos.

Marina Silva reúne caracteristicas do Lula, infância humilde, aprendeu a ler aos 16 anos, partiu para um grande centro e entrou para a política. Assemelha-se ao presidente americano Barack Obama, ela é negra. E reúne o apelo mundial pela preservação do meio ambiente, é discipula do ambientalista Chico Mendes, foi Ministra do Meio Ambiente e é considerada pelo jornal the Guardian uma das 50 pessoas capazes de salvar o planeta.

A questão é que Marina Silva ainda não decolou nas pesquisas. Na última sondagem do CNI/Ibope, Marina obteve 6% das intenções de voto, atrás de Heloísa Helena do PSOL, que tem 8%, Dilma Roussef do PT 14%, Ciro Gomes do PSB 14% e José Serra do PSDB com 34%. Em outro cenário, Ciro Gomes lidera com 25%, Dilma tem 16%, Aécio Neves 12%, Heloisa Helena 11% e Marina Silva 8%. Nos dois casos ela está em último lugar.

A explicação para o resultado pode estar na pouca popularidade de Marina, ela é conhecida por apenas 18% do eleitorado e é rejeitada por 37% destes.

Embora ainda estejamos a um ano das eleições, é preciso ação. Pesquisas como estas levam o eleitorado brasileiro, infelizmente, a optar pelo candidato que está na frente, é uma questão cultural. Marina Silva precisa andar pelo País mostrando sua imagem, ligada a boa repercussão internacional de seus trabalhos. A candidata do PV é sem dúvida a grande novidade das eleições 2010, e uma boa novidade, diga-se de passagem.

O nome dela fez com que a mídia mudasse o foco, e deixasse de polarizar as atenções entre PT e PSDB. O Brasil tem uma alternativa, é preciso analisar cada candidato antes de votar, e Marina reúne características de uma presidente, basta olhar e perceber que até o momento ela é a melhor opção.

A campanha na internet está liberada, Marina que é de um partido pequeno, o PV, vai ter pouco tempo no rádio e na TV, mas pode utilizar as armas que elegeram Obama nos EUA, para se mostrar e divulgar seus projetos. Sites de relacionamento e blogs devem ser o foco da candidata.

Esperamos uma eleição limpa, com debates esclarecedores, para que possamos escolher o melhor candidato para votarmos conscientes.


Artigo produzido em 2009 para crédito à disciplina Jornalismo Impresso A da Profª Vânia dos Santos Mesquita.

A programação da TV brasileira

Neuber Fischer

A TV aberta ocupa papel de destaque no cotidiano da sociedade brasileira, é o veiculo mais consumido pelo público. Mas ela vem desempenhando seu papel como meio de informação, entretenimento e prestação de serviço? Acredito que não! E vou dizer o porquê.

Diariamente ligamos o televisor para saber o que está acontecendo no mundo, para nos divertirmos, passar o tempo. Mas de um tempo pra cá tem sido um martírio acompanhar os programas exibidos na TV.

De segunda a sexta a programação pouco varia de um canal para o outro, Globo, SBT, Record, Band e Rede TV, as cinco redes do país, exibem uma programação quase idêntica, não fossem os artistas e jornalistas que aparecem na telinha. E olha que as vezes até eles são parecidos, cabelo, roupa, modo de falar, um inspirado no outro.

Logo no começo da manhã, todas as redes exibem telejornais, que abordam as mesmas pautas, não adianta zapear, você não vai encontrar nada diferente. Mais tarde, mas ainda de manhã, ou se vê desenhos, na maioria japoneses, que são o que há de pior em termos educativos, é luta e poder para todo lado, e as crianças pobres coitadas ficam na ilusão de que um dia serão daquele jeito. E a violência aumenta a cada dia, talvez até não seja uma ilusão, apenas trocam os raios laser que saem das mãos por armas de fogo. Ou assistimos programas femininos, que mais se parecem com games, porque o que mais se faz ali é dar dinheiro em jogos via telefone. Informação para mulher, ah! Isso é raridade.

Na hora do almoço, ô hora ruim! Se não ver esporte, com aquelas mesas redondas intermináveis, que discutem o que não se discute, futebol, ver o quê? Seriados que já passaram e se repetem há anos, telejornal que dá receita e roteiro de viagem, ta feia a coisa!

À tarde, ai é uma coisa de loco, é sem dúvida o pior horário. O que podemos assistir: Seriados e filmes reprisados por centenas de vezes, novelas repetidas e baixaria. No SBT é o Casos de Família com Cristina Rocha, ex Aqui Agora, sabe fazer barraco como poucos, orientar as famílias, o que seria o mínimo para o programa, nunca vi, exploram as brigas e casos esdrúxulos. Depois vem o Ratinho, esse já é conhecido por devassar casos que rendem polêmica, assistencialismo e prêmios são com ele mesmo. Na Band, Márcia e suas loucuras, “Mexeu com você, Mexeu comigo” que bobagem! Na Rede TV, a jornalista Sonia Abrão vive às custas de artistas e programas de outras emissoras, fala e fala, e como ela fala, até que o assunto se esgote, BBB é um deles, vez ou outra ela consegue a façanha de dar uma de jornalista investigativa e policial e acompanha um caso, que via de regra envolve crime, até de negociadora de seqüestro ele já se passou. Na Record o sem graça e não menos polêmico Geraldo Brasil, que até agora não definiu sua linha de programa, mas é um dos piores.

Chega à noite, quem pensava que teríamos boas atrações, enganou-se. Começo pela Band, Datena e o caos urbano, ele torce por uma enchente, em dias assim a audiência do programa vai as alturas, seria bom se ele usasse o espaço para prestar serviço e informar, mas isso não ocorre. Depois vem o telejornal, até não é ruim, mas a emissora dos Saad sofre por não possuir muitos recursos, então fica limitada. Mais tarde Humor de péssima qualidade com uma Escolinha que tenta imitar a do Chico Anísio, mas fica longe, e para encerrar vem Igreja e o sermão do Missionário R.R. Soares, ninguém merece!

Na Rede TV é fofoca, com o TV Fama, que abusa e invade a vida dos artistas. Mais tarde um jornalzinho furreca, sem falar nos cenários virtuais que deixam o telespectador zonzo e apresentadores perdidos. E o símbolo do que é ruim, Luciana Gimenez, essa dispensa comentários.

Na emissora do bispo Macedo, jornalismo, até que bom, mas muito tendencioso. Novelas, mesmo com todo investimento e tecnologia, chatas e mal feitas, com atores de segundo escalão. Pra encerrar a noite o canal exibe uma programação variada, com realities e séries de sucesso que costumam ser bons.

Na TV de Silvio Santos, ai meu Deus! Séries americanas, jornalismo, o mais livre, diga–se de passagem, mas que recebe pouco investimento e uma novela terrível de ruim em todos os sentidos. O que salva é a linha de shows às 8 horas da noite, cada dia é um programa diferente e bom, cumprem a função de entreter, e às 11 horas da noite com programas tradicionais e filmes, embora hoje em dia tem-se repetido demais os filmes.

Na emissora dos Marinho, novelas, que já foram boas, hoje pela falta de criatividade, os autores só pensam em remakes, não conseguem criar, refazem o que já foi feito. Com algumas exceções, claro, mas novela é novela, sempre a mesma coisa, começamos a assistir e já sabemos o final. O Jornal Nacional, ainda é o melhor do país pela estrutura que a Globo possui, mas peca pela linha editorial, que sabemos bem qual é, a Globo pende para o lado que está mais forte, sempre.

De madrugada, quase ninguém assisti, mas deveriam, é nesse horário que estão os programas, séries e filmes melhores, por que será? Talvez não queiram que o povo tenha acesso a produtos de qualidade, e se tornem culturalmente melhores.

Chega o final de semana, sábado é um dia perdido, em meio a desenhos, Xuxa, séries repetidas, filmes velhos, calouros e auditório, vemos o dia passar sem nada que preste. Uma ressalva ao Caldeirão do Huck, que não é tão ruim assim, mas copia tudo de fora, não cria nada.

Domingo dia de almoço e TV em família, o sacrifício! Futebol, se você torce para o Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Flamengo, está bem servido, quase todo domingo são os jogos destes times que são exibidos, o resto tem que se contentar com as raríssimas vezes em que a transmissão ocorre. Vemos uma sucessão de programas todos literalmente idênticos, muda-se o apresentador, o cenário nem tanto, mas os quadros, esses são cópias descaradas, reparem: Auto Esporte lembra o Vrum, Esporte Fantástico é cópia do Esporte Espetacular, Programa do Gugu é idêntico ao Domingo Legal, Eliana é o espelho do Tudo é Possível, Domingo Espetacular é gêmeo do Fantástico, Silvio Santos é parecido com Faustão. Os cardápios são muitos, os pratos variados, mas os ingredientes são sempre os mesmos, Eu estou enjoado. Você não?

Qual seria o problema, público passivo, falta de criatividade, ou acomodação? Seguindo a risca os dizeres de Chacrinha, “Na TV nada se cria, tudo se copia”. É uma pena, o brasileiro merece mais atenção das televisões, são eles que dão a audiência e conseqüentemente o faturamento das empresas, o mínimo que deveriam fazer é cumprir com a obrigação de oferecer conteúdo de qualidade ao telespectador. O público também tem que fazer sua parte e mudar de canal para procurar outros conteúdos, só assim acaba o monopólio e todas as TVs terão condições e recursos suficientes para produzir boas atrações e atender ao apelo da sociedade. A esperança é a última que morre, quem sabe não melhora daqui algum tempo, vamos aguardar, mais não de forma passiva, é preciso agir e exigir nossos direitos de consumidor. Queremos mais que qualidade em definição e imagem, queremos conteúdo de qualidade.


Artigo produzido em 2009 para crédito à disciplina Jornalismo Impresso A da Profª Vânia dos Santos Mesquita.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Broadcast News - Nos Bastidores da Notícia


Neuber Fischer

"Broadcast News - Nos Bastidores da Notícia", roteiro e direção de James L. Brooks, dá uma visão real, ainda que caricata, do que eram os bastidores de um telejornal norte-americano, nos anos 1980, ao acompanhar três personagens: uma produtora, a neurótica Jane Graig, vivida pela atriz Holly Hunter; um âncora carismático, mas burro, o Tom, interpretado por Willian Hurt; e Aron, vivido por Albert Brooks, um jornalista talentoso mas fora dos padrões para estar diante das câmeras.

Os três formam um triângulo amoroso enquanto passam por peripécias, conflitos e confusões com muita comédia. Entre a correria de colocar no ar todas as manchetes do dia, desenvolve-se uma trama que envolve romance, vaidade e disputas.

Jane uma jornalista, produtora exigente e perfeccionista, obcecada pelo trabalho, amiga e companheira de Aron, um repórter de primeira, mas considerado feio, os dois se deparam com Tom, o novo colega de redação, apresentador e galã. O problema é que Tom representa tudo o que Jane sempre odiou dentro do meio profissional, um cara que nunca escreve os textos que lê e, na maioria das vezes, não entende dos temas que apresenta no programa. Aron, por sua vez, vê Tom se tornar o queridinho do chefe e ocupar o posto que ele tanto sonhava, o de âncora. Apesar de tudo isso Jane se apaixona por Tom, enquanto seu amigo Aron se apaixona por ela.

Lançado em 1987, o Longa-metragem, colorido, de 133 minutos, produzido pela 20th Century Fox, Amercent Films, American Entertainment Partners L.P., Gracie Films e


distribuído pela 20th Century Fox e Fox Film, recebeu sete indicações ao Oscar (Melhor Ator - Hurt, Coadjuvante - Brooks, Atriz - Holly, Fotografia, Montagem, Filme e Roteiro Original), mas não levou nenhum. Naquele ano o grande vencedor do Oscar foi Bernardo Bertolucci com o ''O Último Imperador''.

Nos bastidores da notícia conta ainda com a participação de Jack Nicholson, âncora de rede, que aproveita com seu personagem para satirizar os apresentadores americanos. O filme tem uma queda do meio para o fim e conclui de forma melancólica. De uma maneira geral, são os atores que tornam interessante um tema que pode não atrair tanto aos que não são do meio jornalístico e da TV. Para quem é do meio o filme retrata dilemas éticos da profissão e da mídia, bons para refletir. Benefícios financeiros, romantismo do profissional e da notícia, culto das falsas imagens, imagem de marca, técnicas de aliciamento para adquirir do funcionário aprovação e confiança, uso da técnica de coerção para cobrar competência e resultados, o poder do dono do jornal ou do editor-chefe que pode ser exercido dentro da redação de forma a prejudicar a carreira de muitos jornalistas, a falta de consideração ao demitir um profissional, romance no trabalho, pressa, falta de apuração, mentira, falsidade, vaidade, deslealdade. Falhas não só éticas, mas morais também, tanto do profissional como de qualquer cidadão comum, que vive em sociedade.


Resenha produzida em 2009 para crédito à disciplina Teorias do Jornalismo da Profª Maria Eunice de Godoy Machado Teixeira.

Vítima de leucemia luta por transplante de medula

Neuber Fischer

A leucemia, que é um grupo de cânceres que afeta as células brancas do sangue, assola cerca de 30 mil pessoas no Brasil, desse total aproximadamente 1600 necessitam de transplante urgente e buscam diariamente um doador de medula óssea, uma missão difícil já que as chances de se encontrar uma pessoa compatível é de uma em 1 milhão. Renata do Couto Rosa Silva, de 25 anos, mãe de três filhos, luta contra a leucemia há cinco anos. Os irmãos de Renata fizeram o teste de compatibilidade e nenhum deles foi compatível.

O prognóstico e tratamento difere de acordo com o tipo de leucemia. Renata, já passou por rádio e quimioterapias, cirurgias e já tentou o transplante autólogo de medula (transplante onde o paciente doa pra si mesmo). Atualmente Renata faz campanhas para conseguir doadores, para ela e para outras pessoas que necessitam de um transplante. Na última campanha realizada em Estiva no dia 22 de maio de 2009 foram cadastrados 1786 doadores, as próximas campanhas serão no dia 25 de setembro em Conceição dos Ouros e em Pouso Alegre.

Segundo Renata, a iniciativa de começar as campanhas surgiu depois de uma visita ao Instituto da Criança em São Paulo, onde ela conheceu Jonatan um menino de 11 meses “Quando olhei aquela criança perdendo sangue pelo nariz, com sonda, fiquei sem dormir, falei pra minha mãe eu tenho que fazer alguma coisa”.

Existem duas formas de doar as células-mãe da medula óssea. Uma relacionada à coleta das células diretamente de dentro da medula óssea (nos ossos da bacia) e a outra por filtração de células-mãe que passam pelas veias (aférese). De acordo com o médico clínico geral e cardiologista, membro da equipe do MG Transplantes, em Pouso Alegre, Fabrício Rodrigues dos Anjos, o cadastramento dos doentes e doadores é nacional regionalizado “Os pacientes e doadores se cadastram na regional e a seleção é de acordo com a compatibilidade”.

Podem ser cadastradas pessoas de 18 a 55 anos. São retirados apenas 10 ml de sangue. Este material é analisado para saber se a pessoa está apta ou não a fazer parte do Redome – Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. O cadastro consiste no preenchimento de uma ficha de identificação e na coleta simples de sangue para o teste de compatibilidade. Somente depois de o sangue ser analisado é que esta pessoa poderá ou não ser inserida no registro de doadores.

Os transplantes são feitos único e exclusivamente pelo SUS, Sistema Único de Saúde e são gratuitos. Segundo Dr. Fabrício, hoje em dia as chances de sucesso de um transplante são muito maiores que no passado, “A pessoa transplantada, na maioria das vezes, volta a ter uma vida quase normal, apenas deve comparecer periodicamente a consultas médicas e exames, além de consumir medicamentos”.

A conscientização e a informação são a base de tudo, com a doação pode-se salvar uma vida. Emocionada Renata diz: “O meu doador pode estar do meu lado, mas se ele não se cadastrar e fizer o teste eu não vou saber”.

Renata afirma que toda semana quando vai à São Paulo, os médicos dizem “ Não adianta você vir aqui, não tem jeito, não tem nada para fazer sem doador, mas eu não desisto, se não for por mim, minha luta vai ser pelos outros.

Ao encerrar a entrevista Renata agradece a Deus e seus três filhos, a família e amigos pela força e apoio dados em todo o tempo desde a descoberta do câncer.


Matéria produzida em 2009 a partir de informações obtidas em coletiva de imprensa, para crédito à disciplina Jornalismo Impresso A da Profª Vânia dos Santos Mesquita.