terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sol e calor preocupam médicos e colocam em risco a saúde de crianças e idosos


Neuber Fischer

O verão, o calor e o excesso de exposição ao Sol são ingredientes perigosos para a saúde pública e atingem, de forma mais grave, as crianças, os portadores de doenças crônicas e os idosos. Em todos os casos, o efeito do verão está associado ao processo acelerado de desidratação.

As crianças choram, reclamam, mas nem sempre conseguem expressar claramente uma necessidade específica e o processo de desidratação gera efeitos muito rápido tendo em vista sua reduzida massa corporal. Por isso muitos pequenos, necessitam dos cuidados dos pais e/ou responsáveis (professores, babás, irmãos mais velhos) para o contínuo processo de hidratação.

Os portadores de doenças crônicas, por sua vez, têm no verão um inimigo, segundo o médico clinico geral, Walter Cordoni, quadros hipertensivos; desidratação silenciosa, em razão da ausência da sede ou do não hábito da hidratação; agravamento da temperatura corporal pela insolação; além de problemas renais, por exemplo, são agravados com o calor em excesso. “A insolação e os efeitos do Sol sobre a pele já são amplamente conhecidos, mas seus efeitos nocivos ainda são negligenciados por ampla parcela da população” afirma Cordoni.

“Convivemos, no verão principalmente, com “pimentões”, que abusam da exposição à luz solar, em praias e clubes. Continuamos a presenciar famílias que levam crianças à exposição nos horários de “pico” da incidência solar, entre 10 e 16 horas” conta Walter. Recomendações simples, já amplamente difundidas, necessitam ser regularmente citadas para que os males causados pela exposição ao Sol, a falta de hidratação diária de crianças, adultos e idosos e os efeitos do intenso calor nos portadores de doenças crônicas possam ser atenuados.

Para o médico, é importante observar o comportamento das crianças e idosos, hidratando-os regularmente, com água e sucos; roupas sempre leves e, preferencialmente, de algodão; bonés e protetor solar para todos; monitorar a pressão arterial regularmente; alimentação rica em frutas e verduras e especial atenção aos portadores de enfermidades como hipertensão, problemas renais, cardíacos e de pele podem evitar maiores problemas.

Além de poder agravar doenças já existentes em pessoas de mais idade e acometer as crianças que são mais frágeis. O calor, o sol, alguns alimentos e a água, tanto para o banho de mar, piscina ou cachoeira, quanto para a ingestão, podem ser perigosos para toda a família

A água, além do risco de afogamento e intoxicação, pode provocar candidíase. Trata-se de um fungo que se prolifera em locais que ficam muito tempo úmidos. Em adultos, a região da virilha é a mais atingida devido ao uso prolongado de biquínis e sungas molhadas, o que provoca uma espécie de assadura e coceira. "O fungo aproveita a umidade e o calor para se proliferar", diz Fernando Gonzales, médico dermatologista.

Há risco também de leptospirose, ainda mais com a quantidade de chuvas que atingiram o sudeste. "A urina do rato contamina a água com a bactéria, que passa para o homem através das lesões de pele ou contato com as mucosas", explica Gonzales. A doença provoca sintomas como febre alta e dores no corpo.

A exposição demasiada ao sol pode causar brotoejas em bebês e crianças. De acordo com os médicos, outros problemas comuns nesta época do ano são: Otite, inflamação no ouvido; Bicho geográfico, que causa coceira; Frieira, micose entre os dedos; Tétano; Picadas de insetos; Intoxicação alimentar, diarreia, vômito, febre e mal-estar; Insolação e Câncer de pele. Para evitar estes males, algumas dicas são: consumir água industrializada durante as viagens; cuidado também com a comida, como a que é vendida nas praias, sem higiene ou refrigeração necessária para que o alimento não estrague; evite pisar descalço em locais sujos; tome as vacinas principais, como febre amarela e tétano; abuse de filtro solar, óculos de sol, e toda proteção possível contra os raios ultravioleta.

Matéria produzida para a Extensão em Jornalismo Impresso do curso de Comunicação Social - Jornalismo da UNIVÁS.
Atividade supervisonada pela Prof.ª Patrícia do Prado Marques Cordeiro.
Publicada no Jornal do Estado em Pouso Alegre-MG, em 19 de fevereiro de 2010
Edição 1952 / Ano 24 / Pág. 6

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