domingo, 3 de outubro de 2010

Espiritualidade invade as telas

Neuber Fischer

Os temas ligados a espiritualidade e ao mundo sobrenatural, nunca estiveram tão em alta na produção audiovisual brasileira como nos últimos tempos, são novelas, seriados e filmes, todos baseados em histórias espíritas. Os mais recentes e que têm tido grande repercussão junto ao público são os longas “Chico Xavier” e “Nosso Lar”, a novela “Escrito nas Estrelas” e o seriado “A Cura”.

Lançado no primeiro semestre deste ano, o filme “Chico Xavier”, de Daniel Filho, descreve a trajetória do maior médium brasileiro, que viveu 92 anos e desenvolveu importante atividade espírita e filantrópica. O longa é um dos maiores sucessos do cinema nacional, nas telonas foi visto por mais de três milhões de espectadores, arrecadou quase 30 milhões em bilheteria e é um dos DVDs mais vendidos do ano até o momento. “O filme é uma história de emoção, Chico era um santo, mas também um homem” diz Daniel Filho.

Baseado no mais bem sucedido livro psicografado pelo médium Chico Xavier que já vendeu cerca de dois milhões de exemplares, “Nosso Lar”, que estreou nos cinemas em três de setembro, mostra a cidade espiritual para onde vão aqueles que começam uma nova jornada de autoconhecimento, de acordo com a doutrina da reencarnação. A produção do filme custou R$ 20 milhões, muito dinheiro para o cinema nacional. Os efeitos visuais foram criados no Canadá, onde "Nosso Lar" também foi finalizado. "A gente usou todos os tipos de técnicas de efeitos visuais que existem e criou mais de 300 cenas com algum nível de inserção visual", afirma o diretor Wagner Assis. Por tudo isso se espera que o filme alcance grande sucesso e supere em muito o investimento feito. “As questões abordadas na história são filosóficas, morais, espirituais e fazem parte de qualquer filosofia de vida”, conclui o diretor do filme.

“Escrito nas Estrelas”, novela de Elizabeth Jhin, com direção de Ricardo Gomes, exibida no horário das seis pela TV Globo, une espiritualidade e ciência, a trama questiona os limites entre os planos físico e espiritual e debate os avanços da ciência genética. Questões que servem como pano de fundo de uma grande história de amor e que tem conquistado audiência média de 30 pontos, números expressivos para a atual fase da dramaturgia “global”. Segundo a autora a missão da novela é enfocar a espiritualidade no seu sentido amplo, aquela que existe dentro do homem desde que ele se pôs de pé e conseguiu olhar para o alto. “Escrito nas Estrelas mostra uma espiritualidade ligada à alegria e ao amor entre as pessoas” conta.

O seriado “A Cura” traz não só a questão sobrenatural através de curas milagrosas, mas o suspense de um thriller psicológico sem o apelo do realismo fantástico. Escrito por João Emanuel Carneiro e estrelado por Selton Mello e grande elenco, a série de nove capítulos que foi ao ar nas noites de terça-feira, atraiu o público com audiência média de 20 pontos, foi aclamada pela crítica e já é considerada a melhor exibida pela TV Globo em 2010.

Mas antes dessa leva impressionante de títulos voltados para a espiritualidade o Brasil teve outras produções que também fizeram grande sucesso, em 1994 a TV Globo lançou a telenovela “A Viagem” um marco da dramaturgia nacional. Escrita por Ivani Ribeiro e dirigida por Wolf Maya, a novela contou a história da vida além da morte e o amor eterno, profundamente baseados no kardecismo.

Em 2008 foi o filme “Bezerra de Menezes” que conta a vida do espiritualista cearense que dá nome ao longa, um dos mais renomados e conhecidos do país, que alcançou grande êxito, teve um público de mais de 500 mil pessoas e até o momento já vendeu mais de 40 mil DVDs. Luiz Eduardo Girão, um dos produtores da fita afirma que "O público está cansado de filmes de favela, cheios de violência, vão vir muitos outros filmes espiritualistas por aí, é a nova tendência do cinema brasileiro", prevê.

Para a Federação Espírita Brasileira (FEB), que bancou parte da produção de Nosso Lar, “o cinema e a televisão são vitrines preciosas para a divulgação da nossa filosofia, são canais de divulgação e transmissão de cultura” diz Geraldo Campetti, diretor da FEB.

O presidente da FEB, Nestor Masotti, diz por que histórias do mundo sem barreiras entre mortos e vivos atraem tanto público. "Todos nós, de uma forma ou de outra, sempre ficamos esperando ou pelo menos imaginando o que pode ocorrer depois da nossa morte física”.

O mercado televisivo e cinematográfico já descobriu que o assunto interessa e rende altas bilheterias e audiências, portanto novas produções virão no futuro, vale lembrar que o público brasileiro é um grande consumidor de livros também voltados para o espiritismo, então se no mundo o que está em voga é a adaptação de obras literárias para as telonas e telinhas aqui não seria diferente.


Matéria produzida para crédito à disciplina Jornalismo Cultural - 6ª período FAPCOM

A Sociedade do Telejornalismo - Apresentadores Estrela

Neuber Fischer

Há algum tempo, a televisão vem se firmando como principal meio de comunicação de massa, é nela que grande parte da população busca informação e entretenimento. Com isso, cada vez mais ela dita as regras, não só do que deve ser visto como informação, mas ela mesma adquire status de informação em outros meios. Esse movimento demonstra a dominação da TV sobre as demais mídias. “Os profissionais de rádio e impresso se informam pela televisão...” (RINCÓN, 2003, p. 47 apud HAGEN, 2008, p. 29).


Com a relevância dos telejornais, os apresentadores também ganham rótulos de artistas, fazem editoriais de moda, concedem entrevistas, falam sobre a vida pessoal, abrem suas casas, frequentam festas e se tornam alvos das colunas sociais e de fofocas. “Deixam de ser os produtores da informação para ser a própria notícia” (HAGEN, 2008, p. 30). Esta situação nos faz lembrar o que acontecia com as estrelas hollywoodianas dos anos dourados, e assim como eles, os jornalistas se tornam modelos de conduta para o público. Da mesma forma que a sociedade em geral, os jornalistas também têm problemas de família, profissionais, etc. Quem melhor administrar essa realidade, se tornar um mito, uma referência. Assim, está explicitado um conflito da imagem dos jornalistas enquanto estão na TV, ocupando um espaço do real, sendo amparados e legitimados pelo discurso da verdade, e “paradoxalmente, fora do universo televisivo, constroem uma vida espetacular, justamente no que o senso comum convencionou chamar de “vida real’” (HAGEN, 2008, p. 31). Desta forma glamourizam o ponto em comum entre o jornalista e o público, o cotidiano, de onde, por sinal, o jornalismo tira sua matéria prima.
Este conflito gera a questão: como é possível aos jornalistas, preocupados com a verdade, objetividade e imparcialidade, se deixarem levar por aquilo que renegam, tornando-se a notícia. O objetivo deste artigo não é apontar nomes, mas compreender o processo de construção dos apresentadores-estrelas.


Isso se dá pelo “entrelaçamento entre o jornalismo e as estruturas míticas, que de forma simbiótica, atua subjetivamente na construção dos indivíduos” (HAGEN, 2008, p. 31).


Algumas pistas estão no fazer profissional do jornalismo, o acontecimento, o quanto mais raro mais importante. O pensamento mítico que fundamenta e articula o fazer da notícia. Acontecimento, jornalismo e construção do pensamento se encontram. Ao trabalhar com o racional, o dia-a-dia, os jornalistas não param de pensar em fatos que lhe chamam atenção, fatos estes que também atraem o público.


O discurso racional e o subjetivo se misturam, um complementa o outro e agem sobre o pensamento humano sem percebermos. “Comunicação é mito...” (TÁVOLA, 1985, p. 225 apud HAGEN, 2008, p. 34) e essa é a base do jornalismo.


O jornalismo é compreendido pela teoria construcionista, com as rotinas de trabalho sistematizadas e os modelos noticiosos predefinidos. Mas essa interação ultrapassa o espaço da redação e abrange as fontes de informação, outros jornalistas e profissionais de outras categorias.


Ao se aceitar a notícia como produto cultural tem-se um resultado que ordena o imprevisível e o inesperado que serão processados em notícia. É preciso compreender o jornalismo como construção a partir de possibilidades mediadas e nunca de afirmativas absolutas. O jornalismo não se constitui em um discurso de primeira mão, ele incorpora a fala de outras áreas. É nessa interação, na apropriação de múltiplas vozes, que o fazer jornalístico se apresenta genuíno, detentor do espaço que ocupa, o porta voz da sociedade. E ao ocupar esse espaço os jornalistas se reconhecem como tal. O locutor que fala é legitimado pelo lugar que ocupa, o jornalista em relação ao público, a autoridade que tem ao falar para o outro.


Temos assim o discurso jornalístico como produtor de sentidos. O desafio do jornalista é escolher o que falar. Um mesmo discurso pode ser dito de diversas formas, gerando infinitas interpretações.


O jornalista acredita ser dono de um discurso isento e objetivo, quando na verdade carrega na subjetividade. Escolhe, processa, redige e apresenta a notícia ao seu modo. Vale lembrar que o jornalismo é sempre um discurso sobre algo ou alguém. Busca-se a realidade, quando só é possível tocar o real.


É interessante observar como o jornalismo atua na confirmação de um discurso, nos desdobramentos dos fatos, esse movimento causa a sensação de familiaridade com o leitor, pela repetição, dando ao jornalista a crença de que sabe o que fala e com quem fala. Situação em que o “eu” e o “tu” podem trocar de lugar. É o que faz o jornalista acreditar que conhece seu público mesmo sem ter contato com ele.


É impossível deixar de lembrar que os jornalistas ao trabalharem com a construção da notícia, tornam-se “mestres” no uso da paráfrase, a repetição. Ao mesmo tempo em que se utilizam da polissemia para dizer o mesmo de forma diferente.


A pragmática da profissão se expressa através de uma base discursiva, o fazer buscar forma e/ou conteúdo para se manter em concordância com o público. Público esse, que nada mais é do que uma posição de sujeito que os próprios jornalistas ocupam quando interagem com as outras mídias ou com veículos concorrentes aos seus. Mas, saindo da posição de espectadores e voltando a ocupar o espaço do jornalista, não tem como impedir que o imaginário da posição de “público” reforce ou transforme o sujeito-jornalista.


Essas formas míticas, travestidas de informação, ganham o status de notícia. “Assim, com o verniz de legitimidade, não causam estranhamento em uma época que profere o discurso da racionalidade, conseguindo atuar sobre um campo que pretensamente tenta negá-la” (HAGEN, 2008, p. 42).


Isso só é possível porque, ao reproduzir uma ideia, o jornalismo tenta imputar ao discurso uma verdade única e incontestável. É essa credibilidade – jornalistas que avalizam jornalistas – que ganham contornos únicos na mídia que trata de famosos e personalidades, pois mantém intacta, a pretensa credibilidade e objetividade da informação, sem deixar de oferecer uma dose de espetáculo. Isso possibilita, que ao contrario dos famosos, os jornalistas recebam um status de “únicos” de uma “sobrepersonalidade”, unindo o que dois mundos têm de mais marcante: o glamour e o marketing de um, com a credibilidade e a veracidade do outro, o atestado de que tudo que fazem é real, inclusive as possíveis estratégias de marketing.


Decifrar a sutileza desse movimento... é compreender uma das vertentes do jornalismo praticado hoje, sem desprezar uma tendência que parece ganhar cada vez mais espaço na mídia nacional (HAGEN, 2008, p. 43).


Resenha produzida para crédito à disciplina Telejornalismo, do 6º período do curso de jornalismo FAPCOM.

Revista Ferrovia




Artigo produzido para a Revista Ferrovia, em parceria com grandes profissionais do setor, sobre os maiores metrôs do mundo. Páginas 46 a 60.

IGREJA

Neuber Fischer

No centro das cidades, calma ou agitada. Em cima do morro, na planície ou depressão.

As igrejas com torres pontudas se mostram imponentes e despertam a emoção.

As ruas largas ou estreitas, em pé ou deitadas, de asfalto ou paralelepípedo cortam lado a lado, atrás e na frente e servem de trilha para a procissão.

Casas novas e antigas emolduram o cenário, e o comércio vai cercando dividindo a atenção.

Tem criança, tem senhora, tem cachorro e caminhão.

O sino de hora em hora se harmoniza com as buzinas e o relógio marca o tempo de quem tem pressa ou não.

Na Praça tem pipoca, algodão doce e diversão, tem a fonte que jorra água e toca música de montão.

Tem estátua, placa e árvores que fazem a decoração.

A luz hoje clareia e faz a vez de lampião.

O banco dos namorados hoje também serve de cama para o pobre cidadão.

A Matriz de Ouro Fino, grandiosa aos 261 anos, homenageia São Francisco de Paula e Nossa Senhora de Fátima com grande devoção.

A Catedral Metropolitana, dedicada a Bom Jesus, marca o centro da Pouso Alegre em expansão.

Santa Rita do Sapucaí, singela, a igrejinha atrai devotos em forma de multidão.

O moderno e o antigo, da Soledade a Agonia, se unem em Itajubá e traz purificação.

O gótico, o romântico, o barroco e o eclético se misturam na arquitetura rica em traços de várias mãos.

Seja o cristo, a cruz ou outra imagem, sempre ao alto da igreja convida o visitante e abraça a população.


Poema feito para o trabalho de exposição fotográfica "Jeitinho Mineiro" para crédito à disciplina Tópicas Especiais A da Profª Patrícia do Prado Marques.



quarta-feira, 16 de junho de 2010

IBGE prepara censo 2010

Neuber Fischer

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se organiza para o Censo Demográfico Geral do Brasil deste ano, para isso realizou de abril a maio de 2010, em algumas cidades, entre elas Ouro Fino, uma pré-coleta de dados, a cidade recebeu cinco agentes, que percorreram todo o município e colheram informações para o cadastro de endereços urbanos, além da atualização dos mapas que vão ser utilizados na próxima etapa, a partir de agosto.

Rafael Marques dos Santos, agente censitário municipal, responsável pelo posto de coleta instalado em Ouro Fino explica que a pré-coleta é uma operação de campo. “Nossos supervisores foram a todos os setores urbanos e rurais, fazendo um levantamento de endereços com a finalidade de atualizar o nosso cadastro e consertar alguns erros na base cartográfica, para depois o recenseador poder percorrer todo o município sem deixar nada de fora”. A cidade foi dividida por setores censitários. “Pegamos o perímetro urbano, dividimos em pedaços, do tamanho que um recenseador conseguisse fazer a coleta no prazo máximo de trinta dias".

A fase da coleta, entrevistas domiciliares, será realizada em Ouro Fino por 30 recenseadores que serão treinados e contratados em julho. O processo seletivo foi realizado em 30 de maio e o resultado vai ser divulgado a partir de 1º de julho. A pesquisa é realizada de casa em casa, entrevistando ao menos um morador do domicílio com condições de prestar as informações. Nesta etapa, de 1º de agosto ao final de novembro, o IBGE visita os domicílios de todo o Brasil.

Segundo Rafael, o censo demográfico é o processo de contar e obter informações sobre as características dos habitantes de um País. É realizado decenalmente e está sob administração do IBGE desde 1940. No entanto o primeiro Recenseamento Geral do país foi realizado em 1872.

“Os resultados do censo demográfico são utilizados, entre outros objetivos, para tomar decisões que afetam cada município, cada estado, ou seja, o País inteiro” afirma Rafael. Entidades das três esferas de governo federal, estadual e municipal, empresas, universidades, centros de estudo, organizações e associações comunitárias estão entre os muitos grupos que utilizam as informações do Censo Demográfico para propor e definir políticas públicas e planejar serviços que beneficiam toda a população.

Quase todos os países fazem, com regularidade, os seus levantamentos demográficos em cada década, contam seus habitantes e obtêm informações que permitem identificar as suas características como idade, sexo, cor, religião, educação, trabalho, migração, entre outras, “conhecer em detalhes as condições em que vive a população e os seus níveis de desenvolvimento socioeconômico, assim como traçar um retrato abrangente e fiel da realidade nacional é o objetivo da pesquisa”, declara o agente.

As questões que serão investigadas no Censo Demográfico 2010 são produtos de amplas consultas e debates com representantes da sociedade brasileira e órgãos técnico-governamentais, sendo o IBGE o articulador deste processo.

O conjunto dos dados coletados e trabalhados estatisticamente vai permitir segundo Rafael, o conhecimento da realidade brasileira nos seguintes aspectos: tamanho e composição da população; situação habitacional; características gerais da população; movimentos migratórios; nível de instrução; nupcialidade; fecundidade; força de trabalho; padrões de rendimentos individual e familiar.

O agente censitário conta que os dados estatísticos levantados pelo Censo tem seu sigilo assegurado pela Lei nº 5.534, de 14 de novembro de 1968, e não poderão ser objeto de certidão, nem, em hipótese alguma, servirá de prova em processo administrativo, fiscal ou judicial. “Ou seja, o resultado das entrevistas não será usado para fins tributários, nem a prefeitura terá acesso individualizado a elas”.

Rafael ressalta que em nenhum momento os entrevistadores do IBGE solicitarão o fornecimento de documentos pessoais, como CPF, RG, título de eleitor, número de contas bancárias, cartões de crédito, etc. “Os entrevistadores estarão identificados com crachás e coletes azuis com a logomarca do IBGE. Qualquer dúvida o morador pode solicitar a identificação do entrevistador e acionar o 0800 218181 e confirmar se aquela pessoa é funcionário do IBGE”, conclui. Informações também podem ser obtidas pelo site http://www.censo2010.ibge.gov.br e em Ouro Fino pelo telefone 3441- 9300 ramal 23.

Matéria produzida em 2010 para crédito a disciplina Jornalismo Especializado - Cotidiano, da Profª. Ana Eugenia Nunes de Andrade.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Crochê movimenta a economia de Inconfidentes

Neuber Fischer

Inconfidentes, cidade com cerca de oito mil habitantes, localizada no Sul de Minas Gerais, integra o Circuito das Malhas e se tornou nacionalmente conhecida pelo crochê que produz. O artefato que ainda é feito manualmente por crocheteiras, homens e mulheres, corresponde, direto ou indiretamente, junto com as malhas e teares, por quase 80 % da economia local e gera trabalho e renda para aproximadamente 90 % dos moradores da região.

A cidade abriga cinco fábricas de linhas e barbantes, que são usados na confecção de telas, caminhos e outros artigos. São 22 malharias e uma dezena de lojas especializadas em crochê. Além de teares e fabricas de tapetes.

Para mostrar seus produtos para todo o Brasil, a Prefeitura Municipal, juntamente com a Câmara dos Vereadores e Associação Comercial de Inconfidentes, realiza anualmente, no mês de junho, a tradicional festa “CrocheMalhas”. Este ano, a nona edição do evento, vai acontecer do dia dois a seis de junho e vai contar com stands de exposição de mais de 30 empresas, além de desfile de moda e show com cantores locais e de renome nacional. Nando Reis, ex titãs, se apresenta na cidade no dia 05 de junho.

Segundo José Valmei Bueno, Chefe do Departamento de Cultura e Turismo de Inconfidentes, a prefeitura municipal vai gastar cerca de R$200 mil na festa, com todo o investimento espera-se que o retorno seja positivo para o benefício dos comerciantes da cidade. “Nossa expectativa é a melhor possível, pois o município sobrevive basicamente da produção de malhas, crochê, tapetes, teares e artesanatos”, acrescenta.

A cidade espera receber nos cinco dias de festa entre 20 e 30 mil pessoas, que vão poder conferir os produtos expostos e comercializados, que serão o crochê, as malhas, os tapetes, os teares, os artesanatos, roupas e produtos da culinária local.

Esta feira, é uma oportunidade para os produtores do município mostrarem a qualidade de seus trabalhos para milhares de visitantes da Crochemalhas. “O objetivo é que o evento seja "uma vitrine" para os empresários da cidade mostrarem sua produção para a região e para o Brasil. Certamente, muitos turistas que visitam a feira retornam a cidade em outros períodos do ano e isso movimenta a economia”, afirma o chefe do departamento de cultura e turismo.

Valmei conta que os comerciantes da cidade estão bastante animados com o movimento que a festa do crochê e das malhas trará para a cidade. “É certo que o comércio da cidade é muito beneficiado com este evento, pois tanto a feira quanto as lojas da cidade recebem grande número de visitantes”.

O objetivo da prefeitura e da Associação Comercial é trazer e fidelizar os turistas que vem para a cidade, assim a economia se torna cada vez mais sustentável. “E Este objetivo será alcançado”, confirma José Valmei.


Matéria produzida em 2010 para crédito a disciplina Jornalismo Especializado - Economia, da Profª. Ana Eugenia Nunes de Andrade.


IFSULDEMINAS sedia Fórum Municipal de Educação


Neuber Fischer

O Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, em inconfidentes, em parceria com a Secretaria de Educação da cidade, promovem o 2º Fórum Municipal de Educação.

O evento vai acontecer nos dias 28 e 29 de maio no prédio central do Instituto. Com o objetivo fundamental de sensibilizar professores, gestores e estudantes de educação, além de oferecer palestras e oficinas, para os participantes.

O tema do Fórum é “Educação e Emancipação”. Lidiane Teixeira Brasil Mazzeu, professora e coordenadora dos cursos de licenciatura do Instituto, afirma que discutir educação, mesmo em eventos de pequena amplitude, exige estudo e reflexão para fundamentar o que se espera com a atividade, a escolha do tema que norteará a indicação dos nomes dos conferencistas, dos participantes de oficinas e mini-cursos, mesas redondas e dos demais aspectos que constituem sua organização. “O tema “Educação e Emancipação” surgiu a partir da necessidade de discutirmos o papel da educação escolar na formação humana com professores da rede pública, no sentido de afirmar a importância do ensino de conteúdos teórico-científicos como condição para emancipação dos indivíduos”. Essa concepção encontra-se fundamentada em obras de Dermeval Saviani.

Para o Professor e Diretor de Desenvolvimento Educacional Isaías Pascoal, o Fórum de Educação deste ano é uma continuação do primeiro, realizado no ano passado, quando a temática foi "Educação e Humanização". Neste ano, para fortalecer a reflexão do Campus sobre o processo educacional, e para apoiar a introdução dos cursos de licenciatura, a realização do Fórum se tornou estratégica. “O Campus Inconfidentes tem uma boa relação com os poderes públicos municipais. O diálogo tem sido constante e o Fórum é fruto disto” declara.

Segundo Isaías, eventos assim levam ao aprofundamento da reflexão sobre a educação. “Educação não é um processo simples, embora pareça ser. Envolve relações humanas complexas, variadas. Utiliza-se de processos e tecnologias diversos. Visa fins que precisam ser constantemente avaliados. Sem reflexão, o processo educativo pode tornar-se prisioneiro de si mesmo”.

A expectativa maior é que a comunidade educacional do Campus Inconfidentes, da rede municipal, dos cursos de licenciatura e de outras instituições aproveitem o máximo as atividades do Fórum para enriquecer suas concepções e práticas de educação.


Matéria produzida em 2010 para crédito a disciplina Jornalismo Especializado - Cotidiano, da Profª. Ana Eugenia Nunes de Andrade.


Atleta cidadão

Neuber Fischer

Em nove anos de história, a equipe de natação de Ouro Fino já conquistou mais de duas mil medalhas, as últimas vieram depois do excelente resultado obtido no campeonato regional de natação, que engloba o Sul de Minas e Leste Paulista, promovido pela Associação Regional de Natação (ARN), em Atibaia, onde a equipe ganhou 52 medalhas, 26 de ouro, 17 de prata e 9 de bronze. O segredo para o sucesso, uma série de fatores, entre eles, a dedicação de Glauco Pereira de Assis, professor de educação física.

Ele é visto pelos alunos como um professor enérgico, disciplinador, que exige o cumprimento de metas, horários e responsabilidades. Aparentemente tímido e nervoso durante a entrevista, não parava de balançar uma chave e tirar e por os óculos. Glauco Assis é um ourofinense, amante do esporte “Eu sempre, desde menino pratiquei futebol, corrida e foi durante os anos de estudo no seminário que eu me interessei pela atividade física” lembra. Terceiro filho mais velho de uma família de oito irmãos, seus pais Geraldo de Assis e Lourdes Pereira de Assis, religiosos, sempre lhe ensinaram a dividir, por isso, aprendeu cedo a ter disciplina e senso de coletividade.

Formado em educação física pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC) em 1979, desde então não parou de ensinar crianças e jovens a praticarem esportes. Ex-professor de escola pública, Glauco abandonou os dois cargos que tinha devido a falta de incentivo do governo “O professor não é respeitado pelo poder público, quem atua em escolas do estado ou município faz por amor” lamenta. Depois de deixar o ensino público, passou a dar aulas particulares de natação nos clubes de Ouro Fino, porém também não era fácil, “por nossa região ser de clima frio só podíamos treinar no verão, então ficávamos parados metade do ano” relembra.

Em 2001, Glauco inaugurou sua própria academia e com muito esforço, dedicação, palavra esta que é dita com freqüência pelo professor, ele vem obtendo pelo trabalho realizado com seus cerca de 130 alunos, destaque e reconhecimento em todas as competições nas quais participa.

“Na academia, nos atendemos crianças, jovens, adultos e idosos, fazemos desde a iniciação, aperfeiçoamento, competição a treinamentos fisioterápicos, como hidroginástica” conta com satisfação. Aparentemente muito ocupado e requisitado, entre uma resposta e outra o entrevistado atendia ao telefone ou a alguém que o chamava, mas sempre atencioso, respondia a tudo nos mínimos detalhes.

Quatro anos mais tarde veio um dos melhores resultados já obtidos pela equipe, orgulhoso Glauco conta e me leva para assistir um filme em homenagem aos atletas, que seu ex-aluno Luiz Felipe Lima do Couto, 17 anos, natural de Inconfidentes e que hoje treina em um clube de São José dos Campos, conquistou no Troféu Gustavo Borges a medalha de prata e em 2009 Vitor de Melo Baganha, então com seis anos, levou a medalha de bronze, na mesma competição. E as conquistas não param por ai, hoje, sua academia melhor estruturada com apoio de nutricionista, psicólogo, médicos e professores de educação física qualificados e comprometidos com os alunos, a equipe de Ouro Fino, a cada competição alcança degraus mais altos.

O apoio dos pais dos alunos é essencial para que o sucesso chegue “Estamos com um grupo estruturado, porque se você só treinar, mas não ver o lado físico e psicológico dos atletas e o incentivo dos pais indo aos treinos e competições fica difícil atingir as metas” acrescenta.

Os alunos da equipe treinam de segunda a sexta-feira, em uma piscina aquecida e coberta, durante uma hora por dia. Quanto a alimentação, o professor afirma que é difícil controlar as crianças, mas se orienta, tanto os atletas quanto aos pais, a fazer uma nutrição balanceada cinco vezes por dia, com frutas, verduras e legumes, e evitar doces, frituras e gordura.

Glauco enfatiza por diversas vezes, querendo deixar claro, que sua academia não foca somente resultados em competições, medalhas ou troféus, para ele o mais importante é competir “Quando eu vejo que um aluno consegue superar a barreira de cair e atravessar uma piscina, nadando com estilo, independente do resultado final, é muito gratificante, passa um filme na cabeça de quando ele começou e veio galgando nas categorias até chegar a competir” detalha visivelmente orgulhoso e emocionado. “Não tem preço o trabalho que eu faço com as crianças”.

Para ser um bom atleta, é preciso ter o biótipo físico adequado, mas o mais importante é a determinação, a dedicação, a disciplina, a atitude, a responsabilidade, ter garra. Essas palavras são um lema para o professor, que afirma que o dom para a natação existe, mas nem sempre o atleta que tem o dom se destaca, porque só levar jeito não basta “Muitas vezes a criança não tem o perfil de um nadador, mas é dedicado, tem foco e se torna um bom atleta, agora se a criança nasceu para nadar e ainda for disciplinado, nós o lapidamos e ele se torna excelente”.

A equipe de Ouro Fino vai disputar no próximo dia 16 de maio, sábado, em Vinhedo, São Paulo. Com 23 nadadores de sete a 19 anos, que estão treinando e se preparando para atingir o objetivo. O treinador busca no mínino 48 medalhas.

Durante as competições da equipe, teve a oportunidade de conhecer grandes nomes da natação brasileira como Gustavo Borges e Fabíola Molina, com a nadadora, sua equipe participou de uma clínica de natação.

Para o professor, o maior nadador da história é sem dúvida Michael Phelps, mas ele enfatiza que outros também merecem ser lembrado, Alexander Popov, Mark Pitz, e os brasileiros, Xuxa e Ricardo Prado, além da pioneira na natação feminina Maria Lenk.

Quando o assunto é Olimpíada no Brasil em 2016, faz cara de preocupado, “O País não investe na educação, menos ainda no esporte, as estruturas são precárias, os profissionais não tem incentivo, a base é desprezada”. A solução seria além de investir no esporte na escola, trazer técnicos, os melhores de fora, construir centros de treinamento, onde o atleta treine, estude, durma, se alimente, ai sim o Brasil seria considerado de ponta.

Apesar de toda a dificuldade do esporte no Brasil, Glauco diz que em nosso país quem investe na natação é o setor privado, os clubes, as federações e até as famílias, por isso alguns atletas como Cesar Cielo, alcançam excelentes resultados, mas eles pouco dependem do setor público, que só aparece quando o atleta já despontou para o mundo.

O treinador vê com bons olhos o uso da tecnologia na natação, mas tem restrições “Eu não concordava com o uso dos maiôs, nem todo mundo podia ter, e isso era injusto, mas agora já foi banido, ainda bem”. Mas o avanço da medicina, da genética, da biomecânica que estuda o movimento dos atletas, da técnica e mesmo a melhoria das piscinas só contribui positivamente para o esporte. Importante também é ser honesto e respeitar o adversário, não usar doping, não queimar a largada, respeitar as regras, isso faz de um atleta um exemplo de cidadão, e nós queremos e formamos não só nadadores, mas seres humanos e cidadãos conscientes.

No final Glauco enfatiza a mensagem: “Qualquer esporte é importante na vida da criança, do jovem, mas é necessário que os pais saibam quem é o profissional, com quem e onde estão deixando seus filhos, dar todo o apoio, incentivo, para a formação não só do atleta, mas do homem, da mulher, porque com dedicação de todas as partes, os resultados aparecem em competições com medalhas, na escola com boas notas, em casa com bom comportamento, na sociedade com atitudes dignas. E o poder público e a iniciativa privada juntos, podem fazer do esporte uma revolução social no Brasil.

Matéria produzida em 2010 para crédito a disciplina Jornalismo Especializado - Esporte, da Profª. Ana Eugenia Nunes de Andrade.

Jovens de Ouro Fino ensaiam espetáculo inspirado em “Cats e Chicago”

Neuber Fischer

Pela segunda vez, o grupo de jovens “Reflexo e Ação” se reúne para ensaiar e apresentar um espetáculo teatral em Ouro Fino. Inspirado em musicais famosos como “Cats, Chicago e Sway”, a montagem ainda vai exibir cerca de 12 estilos de dança como tango, salsa, rock, samba de gafieira, forró, dança contemporânea e infantil. O grupo ensaia a peça, que vai misturar dança, teatro, música e expressão corporal, aos sábados, das 14 às 16 horas, no Teatro Municipal. Qualquer interessado pode ir assistir ao ensaio e também participar da peça, mas para isso a pessoa deve levar jeito para dança. A previsão de estreia da montagem é no início de 2011.

A atriz e dançarina Camila Pádua conta que todos na equipe tem apenas noções de dança. “Muitas vezes os ensaios são uma comédia. Iniciamos sempre com alongamento e um aquecimento, partindo em seguida para o treino das coreografias” conta. Em alguns momentos o grupo se divide para o melhor rendimento do ensaio. A rotina do grupo não permite por enquanto ensaios em outros dias da semana, devido a trabalho e estudo dos componentes. Porém, como todos são conhecidos e amigos, o ensaio flui sempre bem.

Uma das integrantes do grupo Paula Pádua diz que na peça não vai ter um papel de destaque, mas que está auxiliando na produção do espetáculo. “Não participarei de todas as danças, na maioria dais quais eu participo faço papel secundário, apenas em uma é que estamos decidindo se vou fazer a protagonista. Nos ensaios todos acabamos participando da preparação, damos nossas opiniões, e decidimos juntos o que é melhor para a peça” declara.

Segundo Edgar Augusto, um dos representantes do grupo, a peça não é um musical, “Para que se tornasse um musical faltam duas coisas: um enredo por trás das danças e os cantores” afirma. No elenco, que conta com 10 dançarinos e atores amadores estão: Edgar, Camila, Paula, Danilo, Dani, Carla, Robinho, Melina, Tainã e Jade.

O critério para a escolha dos estilos, segundo Camila foi buscar as danças clássicas mais conhecidas e acessíveis ao público. “algumas danças são adaptações da cena final do filme "Ela Dança, Eu Danço" e do trecho inicial de "Cats"conta.

De acordo com Camila e Edgar, líderes do grupo, ainda não há projeto de cenário, uma vez que o espetáculo ainda está em fase inicial. A trilha sonora está sendo selecionada, via internet, segundo as danças que serão apresentadas. Quanto ao figurino e a maquiagem, depois de definidos ficam a cargo de cada participante, e serão adaptados, pois as trocas vão ser rápidas entre uma dança e outra.

Edgar Augusto conta que a ideia de criar o espetáculo surgiu quando fizeram o trabalho anterior “Os Sapatinhos Vermelhos” em 2010, desde então vem planejando o novo espetáculo. Boa parte dos dançarinos que participaram dos “Sapatinhos” também integra a nova montagem.

O grupo, que é independente, já recebeu apoio de empresas para outro espetáculo, mas para esta montagem, ainda não recebe apoio do setor privado, nem se beneficia de incentivos do setor público.

Inicialmente, o espetáculo que vai ter duração de uma hora, vai ser apresentado quatro dias em Ouro Fino, e existe a intenção de apresentações em outras cidades. A entrada paga vai ser de três reais. “Precisamos ao menos custear nossas despesas” conclui Edgar.


Matéria produzida em 2010 para crédito a disciplina Jornalismo Especializado - Cultura, da Profª. Ana Eugenia Nunes de Andrade.


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Revista Circuito das Malhas




Revista planejada e produzida em 2009 para crédito as disciplinas Planejamento Gráfico B da Profª. Patrícia do Prado Marques Cordeiro e Jornalismo Impresso B da Profª. Vânia dos Santos Mesquita.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Aumento no preço do leite anima produtores

Neuber Fischer

Os produtores de leite estão otimistas com relação ao aumento no preço do produto. A entressafra antecipada fez o preço do leite pago ao produtor subir 6,34% em março, em relação ao mês anterior. Alguns sinais como a queda da produção de matéria-prima e a demanda aquecida, permitem acreditar que a elevação vai continuar a acontecer em 2010.

De acordo com o produtor e consultor de pecuária leiteira, Rafael Ribeiro, o valor médio, em março, pago pelo leite entregue em fevereiro, foi de R$ 0,65 por litro. A alta no preço da matéria-prima já se reflete no varejo, onde o preço médio do leite longa vida encontrado a 2,02 o litro, subiu 12,22% entre fevereiro e março.

A alta atual dos preços do leite estimula os investimentos na produção especialmente porque os custos estão mais baixos, afirma o analista. Isso pode, porém, significar nova pressão sobre as cotações. "Como está subindo mais cedo, é preciso avaliar até quando a alta se sustenta", acrescenta. Outro fator que poderia exercer pressão é a alta do leite longa vida no varejo, que em outros momentos levou a uma redução no consumo.

Para Rafael a principal razão para a valorização dos preços pagos ao produtor é a antecipação da entressafra do leite, reflexo, por sua vez, do fato de a safra ter começado mais cedo em 2009, com chuvas já a partir de julho. Isso derrubou as cotações ao produtor a partir de setembro do ano passado, desestimulando o investimento na produção e reduzindo a oferta atual.

Além da entressafra, Ribeiro observa que a disponibilidade de leite é menor também porque nesta época do ano os pecuaristas começam a "secar" as vacas para parição, “elas deixam de ser ordenhadas dois meses antes do período de nascimentos de bezerros” conta.

Com a menor captação de leite aumenta também a disputa entre os laticínios por matéria-prima. Com isso há uma projeção de alta no valor pago ao produtor de quase 19% em abril, saindo de R$ 0,65 para R$ 0,79 por litro.

Para o produtor Marcos Fischer, depois de três anos de estagnação a situação começa a melhorar. “O preço pago ao produtor mal dava para cobrir as despesas, agora o valor já está subindo, em 2009 cheguei a receber R$ 0,47 pelo litro, agora já estão pagando R$ 0,65 e se continuar assim a tendência é subir ainda mais”, declara.


Matéria produzida em 2010 para crédito a disciplina Jornalismo Especializado - Economia da Profª. Ana Eugenia Nunes de Andrade.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Em Inconfidentes, CEI conclui relatório do desvio de verba do legislativo

Neuber Fischer

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara de Vereadores de Inconfidentes, Minas Gerais, concluiu na última semana, o relatório que investiga o caso de desvio de R$ 190 mil dos cofres públicos. O documento com oito mil páginas aponta fraudes cometidas pelo ex-assessor administrativo da Câmara, Marcelo Fernandes da Costa, em cheques e contratos do Legislativo Municipal, entre os anos de 2006 e 2009.

As investigações revelaram que o ex-assessor falsificava os cheques para pagamento de fornecedores e tributos, e colocava o nome dele como beneficiário. Há ainda o caso do pagamento para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Neste caso, Marcelo arquivava a guia de recolhimento sem autenticação junto com o cheque falsificado de 13 colaboradores e representantes do Legislativo.

Segundo a Comissão, composta pelo Presidente, Angelino Tavares da Silva (PT); Secretário, José Acácio Bueno (PP) e Relatora, Simone Terezinha de Almeida (DEM), além do ex-assessor Marcelo, que chegou a ser preso em maio do ano passado, mas três meses depois, ganhou o direito de responder em liberdade, após pagar parte da dívida, R$ 10 mil, depositados na conta da Câmara e deixar um imóvel no valor de R$ 300 mil em garantia, outras 11 pessoas ligadas ao legislativo, entre eles ex-vereadores, ex-presidentes da câmara, ex-secretários e servidores, que podem ter sido negligentes ao assinar cheques sem conferir os documentos, estariam envolvidos no esquema. O ex-assessor, que ainda mora em inconfidentes foi procurado, mas não quis falar sobre o assunto.

A ex-presidente da Câmara de Inconfidentes, Adriana Mara Alves (PV), contou que Marcelo Fernandes Costa exercia o cargo de confiança desde 2006. “Ele levava todos os meses o cheque do benefício para a prefeitura, que costumava ser em torno de R$ 4,8 mil. Nós constatamos que um desses cheques foi depositado na conta dele e ainda não descobrimos o destino dos outros”, disse. Para falsificar os documentos que comprovavam os gastos e créditos da Câmara, o acusado modificava os extratos bancários da instituição e até forjava cheques que eram xerocados e encaminhados ao Executivo.

Segundo o presidente da câmara de vereadores, Carlos Eduardo Souza (PMDB), a fraude acarretou problemas para o legislativo do município que vai ter que negociar a dívida com o INSS, que hoje gira em torno de R$ 85 mil. Além disso, com a pendência, o município de sete mil habitantes corre risco de não receber o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e outros repasses dos governos estadual e federal.

O secretario da Comissão José Acácio Bueno da Silva (PP) diz que algumas das pessoas supostamente envolvidos na fraude, ainda estão na ativa ou foram reeleitas, e se comprovado o envolvimento no esquema de corrupção podem ser exonerados ou cassados. O esquema de fraude aconteceu na gestão dos prefeitos Celso Bonamichi (PR) e Rosângela Maria Dantas (PP) e dos presidentes da Câmara Adriana Mara Alves (PP) e Carlos Eduardo Souza (PMDB). O relatório da Comissão Especial de Inquérito foi enviado ao Ministério Publico e ao Tribunal de Contas da União para as providências subsequentes.


Matéria produzida em 2010 para crédito a disciplina Jornalismo Especializado - Política, da Profª. Ana Eugenia Nunes de Andrade.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Malharias do Sul de Minas apostam em produtividade e esperam crescimento de até 30% em 2010

Neuber Fischer

O setor de malharias do Circuito das Malhas do Sul de Minas Gerais está empolgado com a temporada outono/inverno 2010. A expectativa é que com os investimentos, a descoberta de novos nichos de mercado, a aposta na produtividade e o foco no consumidor interno, o crescimento chegue a 30% em produção e faturamento.

De acordo com o presidente do Circuito das Malhas Tadeu Machado, depois da crise no setor, o cenário na região é favorável. A volta por cima é atribuída, entre outros fatores, ao controle alfandegário mais rígido, não permitindo assim que produtos de outros países tenham preços mais atraentes que os produtos locais. “Grande número de nossas empresas já estão com suas produções vendidas e isso traz um ânimo para o setor e gera mais empregos” diz Tadeu.

As cidades já se mobilizam para a época mais fria do ano, máquinas e funcionários trabalham para atender a demanda. Em Jacutinga aconteceu pela primeira vez a “Semana de Lançamento Outono-Inverno 2010” de 20 a 28 de março. O evento apresentou aos lojistas e turistas de todo Brasil, as principais tendências no setor retilíneo. O tricô, antes artesanal e hoje industrial, envolve direta ou indiretamente com a confecção de malhas, os quase 20 mil habitantes de Jacutinga.

Com mais de mil fábricas e 450 lojas, a cidade referência nacional e internacional, exporta para mais de 30 países. Segundo o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Jacutinga (Acija), Dennys Bandeira, a estratégia dos empresários está focada, de forma intensa, no conceito de agregar cada vez mais qualidade ao produto. “Hoje, fornecemos para as principais grifes nacionais, além de grandes varejistas brasileiros” comemora Dennys.

“A primeira edição da “Semana de Lançamento Outono-Inverno” alcançou três milhões de peças comercializadas”, afirma Dennys Bandeira. O novo presidente da Acija ressalta que o segredo de Jacutinga está na criatividade e na versatilidade da produção.

Pela primeira vez na história, a força industrial da região migra para se juntar ao pólo atacadista de São Paulo. A ideia partiu de um comitê de empresários que decidiu por uma questão de estratégia comercial levar suas empresas para a capital paulista.

O setor de malharia retilínea representa hoje 70% da economia do Circuito, e juntos detém 40% de toda a produção de malhas do país com a maior concentração de seus clientes nas regiões sul e sudeste. Com essa nova estratégia, Miller Moliani de Lima, um dos representantes de Jacutinga, prevê a possibilidade de ampliar relações comerciais e incrementar os negócios na região.

“Os nossos clientes (lojistas) querem se deslocar cada vez menos e a distância, às vezes, inibe a abertura de novos negócios. Dessa forma, estaremos mais centralizados, conseguiremos atendê-los com mais agilidade, além disso, queremos marcar presença no maior centro atacadista de moda da América Latina” afirma Miller

O FashionBrás é o shopping atacadista de moda mais antigo do Brás, foi totalmente revitalizado e foi o local escolhido pelo comitê para sediar as 20 empresas vindas de Jacutinga e Monte Sião. “A escolha do FashionBrás deve-se, principalmente, pelo "expertise" que o grupo Brascol/Megapolomodas tem na administração de shoppings especializados em atacado”, conclui Moliani.

O espaço Jacutinga e Monte Sião ocupa, desde o dia 29 de março, os 1.500 metros de todo o segundo piso do shopping FashionBrás.

A superintendente do FashionBrás Claudia Moretti afirma que essa parceria potencializa o seu negócio, "o nosso cliente é o lojista, e encontrar num só lugar o resumo das melhores lojas do Brás, e ainda o grupo mais forte de malharias retilíneas do país, com certeza, agregará muito ao nosso empreendimento" finaliza.

Matéria produzida para a Extensão em Jornalismo Impresso do curso de Comunicação Social - Jornalismo da UNIVÁS.
Atividade supervisonada pela Prof.ª Patrícia do Prado Marques Cordeiro.
Publicada no Jornal do Estado em Pouso Alegre-MG, em 01 de abril de 2010
Edição 1975 / Ano 25 / Pág. 6


sábado, 27 de fevereiro de 2010

Evair "El Matador"

Neuber Fischer

Tudo começou em um campo de Várzea. A situação era difícil, mas a paixão pelo futebol era maior que tudo. Filho de José Paulino e Tereza Maria da Silva Paulino, Evair Aparecido Paulino nasceu em 20 de fevereiro de 1965 em Ouro Fino (MG). Levado para fazer um teste no Guarani, passou com folga na peneira e começou a jogar. Mas a vida não era fácil. A ajuda de custo inferior a um salário mínimo, não era suficiente nem para comer. “Algumas noites foram bastante difíceis” conta Evair. A história começou a mudar em 1984, quando foi promovido aos profissionais. Os gols começaram a sair. Dois anos depois, o país inteiro descobriu o centroavante artilheiro.

Em 1987 Evair foi convocado para a seleção brasileira. Em 1988 foi contratado pelo Atalanta da Itália onde permaneceu até 1991. “Ir para o Atalanta da Itália foi o primeiro momento marcante de minha carreira” diz Evair. De volta ao Brasil foi para o Palmeiras e atuou na campanha que levou o time ao título paulista. “A Final do Campeonato Paulista foi um jogo inesquecível” conta Evair, que virou herói e ganhou o apelido que o acompanharia, o “El Matador”, o maior goleador do Palmeiras nos anos 90. O sucesso no “Verdão” valeu a Evair a convocação para a seleção brasileira na Copa América de 93 e nos jogos das eliminatórias para a Copa de 94.

De 1994 a 1996 jogou no japão pelo Yokohama Flugels. De volta ao Brasil, esteve no Atlético Mineiro e no Vasco em 1997; jogou pela Portuguesa em 1998, e retornou para o Palmeiras em 1999, para ser campeão da Copa Libertadores da América. Transferiu-se para o São Paulo em 1999 e no mesmo ano foi para o Goiás. Em 2001 jogou pelo Coritiba e retornou para o Goiás em 2002. Em 2003 atuou pelo último clube como jogador, o Figueirense, onde entrou para a história ao marcar seu centésimo gol.

Evair encerrou sua carreira em 2003. Foram 23 anos entre amador e profissional. Os próximos desafios seriam fora de campo como treinador e empresário. Evair foi vice-campeão Goiano treinando o Vila Nova em 2004, passou pelo Trindade, Anápolis, CRAC e Itumbiara/GO. Como empresário, Evair fundou em sua terra natal a fabrica de linhas e barbantes Vigui.

Evair, hoje evangélico, é casado com Gisele e mora em São Paulo junto com os filhos Vitória e Guilherme.“Estar com meus filhos e minha esposa é o meu maior prazer” declara Evair.

Perfil produzido em 2009 para crédito a disciplina Jornalismo Impresso B da Prof. Vânia dos Santos Mesquita.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sol e calor preocupam médicos e colocam em risco a saúde de crianças e idosos


Neuber Fischer

O verão, o calor e o excesso de exposição ao Sol são ingredientes perigosos para a saúde pública e atingem, de forma mais grave, as crianças, os portadores de doenças crônicas e os idosos. Em todos os casos, o efeito do verão está associado ao processo acelerado de desidratação.

As crianças choram, reclamam, mas nem sempre conseguem expressar claramente uma necessidade específica e o processo de desidratação gera efeitos muito rápido tendo em vista sua reduzida massa corporal. Por isso muitos pequenos, necessitam dos cuidados dos pais e/ou responsáveis (professores, babás, irmãos mais velhos) para o contínuo processo de hidratação.

Os portadores de doenças crônicas, por sua vez, têm no verão um inimigo, segundo o médico clinico geral, Walter Cordoni, quadros hipertensivos; desidratação silenciosa, em razão da ausência da sede ou do não hábito da hidratação; agravamento da temperatura corporal pela insolação; além de problemas renais, por exemplo, são agravados com o calor em excesso. “A insolação e os efeitos do Sol sobre a pele já são amplamente conhecidos, mas seus efeitos nocivos ainda são negligenciados por ampla parcela da população” afirma Cordoni.

“Convivemos, no verão principalmente, com “pimentões”, que abusam da exposição à luz solar, em praias e clubes. Continuamos a presenciar famílias que levam crianças à exposição nos horários de “pico” da incidência solar, entre 10 e 16 horas” conta Walter. Recomendações simples, já amplamente difundidas, necessitam ser regularmente citadas para que os males causados pela exposição ao Sol, a falta de hidratação diária de crianças, adultos e idosos e os efeitos do intenso calor nos portadores de doenças crônicas possam ser atenuados.

Para o médico, é importante observar o comportamento das crianças e idosos, hidratando-os regularmente, com água e sucos; roupas sempre leves e, preferencialmente, de algodão; bonés e protetor solar para todos; monitorar a pressão arterial regularmente; alimentação rica em frutas e verduras e especial atenção aos portadores de enfermidades como hipertensão, problemas renais, cardíacos e de pele podem evitar maiores problemas.

Além de poder agravar doenças já existentes em pessoas de mais idade e acometer as crianças que são mais frágeis. O calor, o sol, alguns alimentos e a água, tanto para o banho de mar, piscina ou cachoeira, quanto para a ingestão, podem ser perigosos para toda a família

A água, além do risco de afogamento e intoxicação, pode provocar candidíase. Trata-se de um fungo que se prolifera em locais que ficam muito tempo úmidos. Em adultos, a região da virilha é a mais atingida devido ao uso prolongado de biquínis e sungas molhadas, o que provoca uma espécie de assadura e coceira. "O fungo aproveita a umidade e o calor para se proliferar", diz Fernando Gonzales, médico dermatologista.

Há risco também de leptospirose, ainda mais com a quantidade de chuvas que atingiram o sudeste. "A urina do rato contamina a água com a bactéria, que passa para o homem através das lesões de pele ou contato com as mucosas", explica Gonzales. A doença provoca sintomas como febre alta e dores no corpo.

A exposição demasiada ao sol pode causar brotoejas em bebês e crianças. De acordo com os médicos, outros problemas comuns nesta época do ano são: Otite, inflamação no ouvido; Bicho geográfico, que causa coceira; Frieira, micose entre os dedos; Tétano; Picadas de insetos; Intoxicação alimentar, diarreia, vômito, febre e mal-estar; Insolação e Câncer de pele. Para evitar estes males, algumas dicas são: consumir água industrializada durante as viagens; cuidado também com a comida, como a que é vendida nas praias, sem higiene ou refrigeração necessária para que o alimento não estrague; evite pisar descalço em locais sujos; tome as vacinas principais, como febre amarela e tétano; abuse de filtro solar, óculos de sol, e toda proteção possível contra os raios ultravioleta.

Matéria produzida para a Extensão em Jornalismo Impresso do curso de Comunicação Social - Jornalismo da UNIVÁS.
Atividade supervisonada pela Prof.ª Patrícia do Prado Marques Cordeiro.
Publicada no Jornal do Estado em Pouso Alegre-MG, em 19 de fevereiro de 2010
Edição 1952 / Ano 24 / Pág. 6