segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O MEIO MAIS UTILIZADO PARA A COBERTURA JORNALÍSTICA INTERNACIONAL DO CASO TSUNAMI NO JAPÃO







Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Bacharel em Comunicação com habilitação em Jornalismo da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação. Professor Orientador: Dr. Ary José Rocco

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Consultório Médico na TV: um estudo de caso do programa Bem Estar




Artigo feito por Neuber Fischer, para crédito a disciplina Tópicos avançados gerais -Profª. Márcia Carvalho - Jornalismo - Fapcom 2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Morgan Freeman interpreta Mandela em Invictus

Neuber Fischer

O veterano ator Morgan Freeman foi o escolhido, pelo não menos renomado diretor Clint Eastwood, para estrelar o filme Invictus. Na produção, Freeman interpreta o presidente Nelson Mandela. O longa traz a inspiradora história de como Mandela uniu forças com o capitão da equipe de rúgbi da África do Sul, Francois Pienaar, no filme interpretado por Matt Damon, para unir a nação que está dividida racial e economicamente após o fim do apartheid. Acreditando ser capaz de unificar a população por meio do esporte, Mandela apóia o desacreditado time da África do Sul na Copa Mundial de Rúgbi de 1995, que faz uma incrível campanha até as finais.

Morgan Freeman esteve na África do Sul em várias ocasiões, “estive lá no aniversário de 80 anos de Nelson Mandela, em 1998” conta Morgan. Por isso, criou uma relação de amizade com o líder sulafricano, que quando questionado sobre quem deveria interpretá-lo no cinema, não teve dúvida, respondeu, sem hesitação: "Morgan Freeman". O astro de Hollywood, inclusive, é bastante parecido fisicamente com Mandela, este foi outro motivo por ele ter sido o escolhido.

A ideia de perdão, apesar de não ter sido facilmente aceita na África do Sul pós-apartheid, foi o ponto chave do governo de Nelson Mandela, e é isso que mostra Invictus. “O perdão, como proposto na África do Sul por Mandela, significa riscar uma linha separando o presente e o futuro das faltas passadas e determinar que não se voltará para trás dessa linha. Que aqueles erros não serão repetidos” afirma Freeman.

Segundo Morgan, interpretar uma pessoa conhecida é mais difícil do que um personagem fictício. “Cada pessoa tem suas nuances, seus pequenos gestos, mas eles não são simples atitudes físicas. São manifestações de quem essa pessoa é em seu interior”. Interpretar para Morgan, que diz não ser intelectual, é algo intuitivo. Ele lê o roteiro, compreende a cena e aguarda a ordem de “ação” do diretor. “É simples assim para mim” diz sem modéstia.

Baseado no livro do escritor John Carlin “Conquistando o Inimigo – Mandela e o Jogo que Uniu a África do Sul”, o filme coloca o esporte como peça fundamental na união de um povo. Apesar de todas as diferenças de cor, religião e nível social, naquele momento eram todos unidos pela vitória do time de rúgbi. “Uma arena de esportes é um campo de batalha. Mas, quando a guerra termina, todos ainda estão de pé, talvez um pouco machucados, com algum sangue derramado, mas vivos e capazes de saudar a batalha como justa” finaliza Freeman.

Matéria produzida para crédito à disciplina Técnicas de Edição. Prof. Wagner Belmonte - 7ª período FAPCOM 2011

A que ponto chegou a educação pública no Brasil

Enquanto o governo publica dados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) que sinaliza avanços no setor, não é isso que se vê na prática. O que se comprova são alunos que passam de ano sem ter merecimento, professores desmotivados e escolas em situações precárias. Diariamente crianças e jovens frequentam as escolas de todo o país, algumas bem estruturadas com programas de inclusão da família na educação, horário integral e bons resultados. Mas o que se verifica de uma maneira geral são colégios deteriorados, alguns até mesmo sem carteiras, quadro e outras calamidades como goteiras, falta de banheiros, escassez da merenda e de professores, que lecionam para mais de uma turma de uma só vez e na mesma sala de aula.

Ao ver o estado da educação, a nostalgia traz lembranças de uma época em que estudar era para poucos, mas a educação era de qualidade, escola era lugar de disciplina, de aprender. Claro que também tinha defeitos como poucas escolas, vagas e abuso de autoridade de alguns mestres. Mas no geral se comparado com hoje, o passado está em vantagem. A rigidez de antigamente deu lugar a falta de controle dos profissionais de educação sobre os alunos. Crianças e jovens que sem cerimônia agridem os professores e saem rindo por não sofrerem nenhuma punição. Po essa razão, lecionar tem se tornando cada vez menos atraente e tarefa para homens e mulheres de coragem.

Mas o problema também passa pelo professor, que além de desestimulado pelas condições precárias de ensino e remuneração, muitas vezes é mal formado e vai para o mercado de trabalho sabendo pouco mais ou quase nada além do que seus alunos. Esse já é um problema do ensino superior privado, que por lucro a todo custo lotam salas de aula e formam profissionais com pouco ou nenhum preparo para ensinar.

Por falar em ensino superior, o Brasil sofre de um grande mal. Jovens de classe média e baixa estudam o ensino fundamental e médio, que como se vê não é de qualidade, em escola pública e depois quando podem, vão se formar profissionais em faculdades privadas, que em alguns casos são tão ruins quanto as tais escolas de educação básica pública. Por outro lado, os jovens que passaram a infância e adolescência, recebendo uma educação melhor em colégios particulares, são os que vão ocupar as cadeiras das universidades públicas, que por sinal são melhores do que as privadas, mas também têm sofrido com o sucateamento e a defasagem.

O problema como todos sabem, mas fazem questão de não enxergar, está no processo. A educação de uma pessoa começa do alicerce. Ensino infantil, fundamental e médio de qualidade, com professores qualificados e motivados, escolas com boa infraestrutura e gestão e métodos de avaliação mais eficientes. É preciso vontade, é inadmissível uma criança sair do pré de 6 ou 7 anos sem saber ler, escrever e fazer os cálculos básicos como adicionar e subtrair. Progressão continuada é um mal que precisa ser banido. Escola é lugar de educação e este processo precisa necessariamente de organização, disciplina, recursos humanos e infraestrutura. Buscar no passado referências de qualidade pode ser um meio para botar o ensino público de volta nos trilhos.


Artigo feito por Neuber Fischer, para crédito a disciplina Técnicas de Edição. Prof. Wagner Belmonte. Jornalismo - Fapcom 2011

A cobertura da imprensa é um reflexo da cultura

A cobertura do tsunami no Japão feita pela rede pública de televisão NHK teve como principal característica a informação oficial. E não poderia ser diferente, afinal, ela é a voz e a imagem do governo. A emissora deu ênfase ao terremoto seguido de tsunami, a destruição que isso trouxe para o país e as medidas imediatamente tomadas para conter as complicações decorrentes da tragédia. A NHK repercutiu o que era visível, cidades devastadas, mortos e desaparecidos. Já a mídia americana, europeia e brasileira, se baseou em informações de agências de notícias e correspondentes ou enviados especiais. Portanto, os profissionais buscavam dados além dos que eram perceptíveis e oficiais. Eles queriam proximidade com o público, com o interesse dos países de origem das empresas que representavam.

A diferença entre as coberturas oriental e ocidental é natural, é o reflexo de culturas díspares. No Japão, como afirma o jornalista Arthur Dapieve, “a mídia usa de insinuações, linguagem indireta, para não ferir o outro”. Nada de alardes ou narrações emocionadas, apenas informações úteis para pessoas que naquele momento estavam carentes de conforto, água potável, comida e a certeza de que podiam superar mais esse episódio na história do país. Segundo o repórter Hirouki Takeuchi, “a missão da imprensa era levantar o ânimo da população”.

Em um primeiro momento, a imprensa do Ocidente também repercutiu o desastre natural em si, mas assim que notícias sobre vazamentos radioativos de usinas nucleares, como Fukushima, vieram à tona, o foco mudou. A questão nuclear fez com que a imprensa americana e europeia deixasse em segundo plano os mortos, feridos e as cidades devastadas. Naquele momento a preocupação era a radioatividade e o medo de repetir o que ocorreu em Chernobyl. Esta é uma manchete do jornal The New York Times em 12 de abril de 2011: Japão eleva a 7 nível de acidente em usina nuclear. Severidade da crise em Fukushima é a mesma da central de Chernobylyl, em 1986. Compare com um destaque da NHK no mesmo dia: Japão aprova 4 trilhões de ienes (48 bilhões de dólares) para reconstrução após tsunami.

Mesmo com as informações oficiais de que tudo estava sob controle, os jornais ocidentais especulavam o perigo que não só os japoneses, mas o mundo todo corria com o vazamento radioativo. “A sociedade ocidental tende ao seu conforto e bem-estar e a mídia funciona como sirene, quanto mais é acionada, mais alto precisa soar”, como opina o jornalista Alberto Dines. Matérias sobre usinas locais na França, nos EUA e o retorno ao caso de Chernobyl tomou conta dos noticiários, inclusive no Brasil com a usina de Angra dos Reis. Enquanto isso no Japão, esse não era o foco da imprensa e o mundo perguntava o porquê do Japão não dar a dimensão devida ao caso das usinas. Mas o Ocidente se esqueceu que no Japão o alerta é dado antes e não depois que tudo ocorre. Isso é comum aos orientais, afinal o Japão é reconhecidamente uma nação preparada para problemas naturais, terremotos acontecem com frequência, vulcões estão em erupção por anos. E tais fenômenos nem os preocupavam, a engenharia ao longo do tempo criou mecanismos de proteção contra este tipo de situação. O povo é orientado para estes casos. O governo preparado para agir a qualquer momento. E isso naturalmente influência a vida das pessoas e a cobertura da mídia. O ponto chave para a imprensa japonesa foi a tragédia, extamente pelo fato deles não contarem com tamanha destruição, e não um desdobramento disso tudo, que foi o problema nas usinas e a radiação, até porque, segundo o governo japonês, os níveis de radioatividade não eram nada alarmantes, o contrário do que diziam organismos internacionais.

A NHK sempre mostrou um país sob controle. Por tudo que o Japão já sofreu como as bombas de Hiroshima e Nagasaki na segunda guerra, o povo japonês esta habituado a lidar com situações imprevisíveis. Eles sabem que a nação possui tecnologia suficientemente capaz de recuperar o que foi destruido, só não podem trazer de volta as vidas que se foram, mas a morte por lá também é vista de maneira diferenciada, é momento de júbilo e não de lamentação. Um exemplo claro da capacidade de recuperação dos japoneses é a reconstrução das estradas. No Brasil já se passaram meses do ocorrido nas encostas da região serrana, e tudo ainda continua no chão. No Japão áreas destruidas são incrívelmente refeitas, estradas são abertas em questão de horas. Tudo isso se reflete no comportamento da mídia local. O que é relevante para eles nem sempre é para o mundo. Alberto Dines afirma “no Japão é natural que as autoridades e os jornalistas recusem qualquer entonação alarmista, o povo é suficientemente sofrido e experiente para avaliar o que está acontecendo, não precisa ser sacudido artificialmente”.

Enfim, a NHK noticiou aquilo que precisava ser noticiado e não ficou fazendo sensacionalismo com as imagens chocantes. A intenção maior foi mostrar que o Japão é capaz de se recuperar com rapidez e competência de situações tão adversas e que o povo, não se desespera, mas espera na calma e tranquilidade de um país civilizado, onde a educação, o preparo dos profissionais que atuam nessas ocasiões é tão perfeito que não há o que temer. Apenas trabalhar para se recontruir e seguir em frente.

De tudo isso podemos tirar a conclusão de que a imprensa de cada país, de cada região repercute aquilo que a cultura local absorve. Para o Ocidente mostrar a devastação do tsunami não bastava para atrair o público, era preciso mais. Causar preocupação para vender. Alarmar o mundo com questões nucleares. Já no Japão mostrar a força e a resignação japonesas para superar mais uma tragédia era o mais importante. Não é a toa que são considerados um dos povos mais civilizados do mundo. Afinal, quem é que não sabe que o desepero não leva a nada. No Brasil sabemos que no geral, com raríssimas excessões, as coberturas de tragédias são emocionadas e voltadas para aquilo que toca fundo o público. Nos EUA, acostumados a situações cinematográficas, a imprensa segue a risca os moldes hollywoodianos. No Japão é diferente, a notícia é o fato e nada mais. Isso não quer dizer que a cobertura jornalística de lá é melhor do que a daqui. É apenas o reflexo da cultura, da necessidade do mercado.


Artigo feito por Ana Carolina Cavallaro e Neuber Fischer, para crédito a disciplina Tópicos Específicos - Prof. Wagner Belmonte - Jornalismo - Fapcom 2011