quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A que ponto chegou a educação pública no Brasil

Enquanto o governo publica dados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) que sinaliza avanços no setor, não é isso que se vê na prática. O que se comprova são alunos que passam de ano sem ter merecimento, professores desmotivados e escolas em situações precárias. Diariamente crianças e jovens frequentam as escolas de todo o país, algumas bem estruturadas com programas de inclusão da família na educação, horário integral e bons resultados. Mas o que se verifica de uma maneira geral são colégios deteriorados, alguns até mesmo sem carteiras, quadro e outras calamidades como goteiras, falta de banheiros, escassez da merenda e de professores, que lecionam para mais de uma turma de uma só vez e na mesma sala de aula.

Ao ver o estado da educação, a nostalgia traz lembranças de uma época em que estudar era para poucos, mas a educação era de qualidade, escola era lugar de disciplina, de aprender. Claro que também tinha defeitos como poucas escolas, vagas e abuso de autoridade de alguns mestres. Mas no geral se comparado com hoje, o passado está em vantagem. A rigidez de antigamente deu lugar a falta de controle dos profissionais de educação sobre os alunos. Crianças e jovens que sem cerimônia agridem os professores e saem rindo por não sofrerem nenhuma punição. Po essa razão, lecionar tem se tornando cada vez menos atraente e tarefa para homens e mulheres de coragem.

Mas o problema também passa pelo professor, que além de desestimulado pelas condições precárias de ensino e remuneração, muitas vezes é mal formado e vai para o mercado de trabalho sabendo pouco mais ou quase nada além do que seus alunos. Esse já é um problema do ensino superior privado, que por lucro a todo custo lotam salas de aula e formam profissionais com pouco ou nenhum preparo para ensinar.

Por falar em ensino superior, o Brasil sofre de um grande mal. Jovens de classe média e baixa estudam o ensino fundamental e médio, que como se vê não é de qualidade, em escola pública e depois quando podem, vão se formar profissionais em faculdades privadas, que em alguns casos são tão ruins quanto as tais escolas de educação básica pública. Por outro lado, os jovens que passaram a infância e adolescência, recebendo uma educação melhor em colégios particulares, são os que vão ocupar as cadeiras das universidades públicas, que por sinal são melhores do que as privadas, mas também têm sofrido com o sucateamento e a defasagem.

O problema como todos sabem, mas fazem questão de não enxergar, está no processo. A educação de uma pessoa começa do alicerce. Ensino infantil, fundamental e médio de qualidade, com professores qualificados e motivados, escolas com boa infraestrutura e gestão e métodos de avaliação mais eficientes. É preciso vontade, é inadmissível uma criança sair do pré de 6 ou 7 anos sem saber ler, escrever e fazer os cálculos básicos como adicionar e subtrair. Progressão continuada é um mal que precisa ser banido. Escola é lugar de educação e este processo precisa necessariamente de organização, disciplina, recursos humanos e infraestrutura. Buscar no passado referências de qualidade pode ser um meio para botar o ensino público de volta nos trilhos.


Artigo feito por Neuber Fischer, para crédito a disciplina Técnicas de Edição. Prof. Wagner Belmonte. Jornalismo - Fapcom 2011

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