quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Jogadores sofrem cada vez mais com lesões

Neuber Fischer


Os jogadores de futebol têm sofrido lesões com mais frequência do que gostariam os clubes. O motivo para tantos problemas de fraturas, rompimentos, luxações e outros diagnósticos podem ser vários. Atualmente, a maior parte das lesões não está relacionada a pancadas, mas sim a movimentos de rotação e explosão muscular. Segundo uma pesquisa do setor de ortopedia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) as lesões por choque entre jogadores (as chamadas contusões) representaram apenas 24,1%, contra 39,2% de lesões musculares, 17,9% de torções e 13,4% de tendinites. Além disso, o estudo apontou que 72,2% das lesões ocorreram em membros inferiores, com predomínio na coxa (34,5%), no tornozelo (17,6%) e no joelho (11,8%).

"A cada 6 segundos o jogador faz um movimento inesperado. Articulações e músculos foram feitos para mexer, mas o ser humano ultrapassa os limites de movimentação do seu corpo e aí ocorrem as lesões", diz o ortopedista Joaquim Grava. Médico do Corinthians há mais de 30 anos, ele já operou craques como Raí, Vampeta, Ronaldo Fenômeno, Kleber, Marcelinho Carioca e mais recentemente o recém-contratado pelo Timão, Adriano.

Um estudo dos médicos ingleses Richard Hawkins e Colin Fuller, publicado no British Journal of Sports Medicine, mostrou que 71% das lesões ocorridas na Copa do Mundo de 1994 aconteceram em lances não assinalados como faltas, o que indica que o maior inimigo do atleta é a competividade do futebol moderno. "O movimento não precisa ser brusco para machucar. Muitos rompem o ligamento cruzado (do joelho), por exemplo, por causa de um movimento sozinho", conclui Joaquim Grava.

Atualmente a excessiva carga de treinos e de jogos são contribuintes efetivos nos casos de lesões. “O corpo do jogador, mesmo aquele que está em forma, não resiste a tantos jogos seguidos. São muitas competições” afirma o médico. Alguns jogadores chegam a fazer 3 partidas por semana, sem contar os treinos, o stress muscular chega ao extremo após os 90 minutos de jogo. “O problema é o banco de reserva, os treinadores não conseguem escalar um time homogêneo com 22 atletas em pé de igualdade. Assim, o craque do time sempre fica sobrecarregado” finaliza Grava.


Matéria produzida para crédito à disciplina Web Writing. Prof. Rovílson - 7ª período FAPCOM 2011

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