quarta-feira, 18 de maio de 2011

Jovens gastam como gente grande

Com apetite de consumo maior que o da média da população, o jovem brasileiro sabe onde e o que comprar

Neuber Fischer

Eles são verdadeiras maquinas de consumo. Um estudo realizado com garotas e rapazes no Brasil mostra que sete em cada dez jovens afirmam gostar de fazer compras. Desse grupo, quatro disseram ter grande interesse pelo assunto. O resultado da pesquisa feita pela TNS Research International, traz resultados significativos: os jovens brasileiros lideram o ranking de consumo, deixando para trás franceses, japoneses, argentinos, australianos, italianos, indianos, americanos e mexicanos.

A pesquisa constatou que 37% dos jovens fazem compras em shoppings, contra 33% dos adultos. Os jovens brasileiros gastam a maior parte do que ganham com roupas e acessórios. O estudo foi feito com pessoas com idades entre 12 e 19 anos das classes A, B, C e D que vivem no Sul, no Sudeste, no Nordeste e no Centro-Oeste. De todos os analisados, apenas 19 por cento possuem aplicação em caderneta de poupança.

Nem sempre os mais novos adquirem produtos mais caros, mas, proporcionalmente, têm maior afinidade com as vitrines. A lista de vantagens dos adolescentes sobre outros públicos é relevante: eles vão mais vezes ao cinema, viajam com maior freqüência, compram mais tênis, gostam mais de roupas de grife, mais caras que as similares sem marca famosa, consomem mais produtos diet, têm mais computadores, assistem a mais DVDs e vídeos e, só para terminar, são mais vorazes na hora de abocanhar balas, chicletes e lanches. Esta é a razão pela qual metade deles estoura a mesada ou o salário antes do final do mês.

O poder de consumo dos jovens

O poder dos adolescentes sobre o mercado vai longe. Pessoas com menos de 25 anos trocam de aparelho celular uma vez por ano, as mais velhas, a cada dois anos. Em relação às bicicletas, só para citar mais um exemplo, a situação é semelhante. Os adolescentes não são os maiores compradores do setor, mas aposentam uma bike a cada quatro anos. Os mais velhos só mudam de selim de sete em sete anos. Diante de tantas evidências, não causa surpresa que o gasto médio das famílias brasileiras seja maior nas casas em que moram adolescentes de 13 a 17 anos. Nesses domínios, a lista dos cinco produtos mais consumidos traz, em primeiro lugar, o leite longa vida. Depois vêm os refrigerantes. Nos lares com jovens entre 18 e 24 anos, a hierarquia é surpreendente. O refrigerante lidera o ranking, seguido por leite, óleo vegetal, cerveja e café torrado, o que explica o fato de a Coca-Cola ter no Brasil seu terceiro maior mercado em todo o mundo.

Os jovens são um filão que anima vários setores da economia. Há em curso uma corrida para conquistar o coração dessa rapaziada e o bolso dos pais. As grandes marcas desenvolvem estratégias milionárias para tornar esse público fiel desde já. A maior parte do que se produz no mercado publicitário, que movimenta 13 bilhões de reais por ano, tem como alvo a parcela de 28 milhões de brasileiros com idade entre 15 e 22 anos. É esse grupo que fornece boa parte do ideário da propaganda, enchendo os anúncios com mensagens de liberdade e desprendimento. Mostra-se extraordinária também a influência que essa molecada exerce sobre as compras da família. Oito em cada dez aparelhos de som só saem das lojas a partir do aval da ala jovem do lar.

O consumo começa cada vez mais cedo

Nos dias de hoje, um indivíduo é considerado consumidor aos 6 anos. Nesse momento as crianças começam a ser ouvidas na hora de tirar um produto das prateleiras do supermercado. Para cada dez crianças de até 13 anos, sete pedem itens específicos às mães. O poder jovem também se nota na hora de esvaziar o carrinho no caixa. Um quarto do que é registrado foi pedido pela garotada. As crianças e os jovens são educados para que tenham autonomia, opinião, poder de decisão. Eles aprenderam a decidir o que comprar.

Adolescentes planejam gastar 50% a mais em 12 meses

Pais de adolescentes, preparem os bolsos. Segundo pesquisa da TNS Research International, os brasileiros com idade entre 12 anos e 19 anos, que gastam em média R$ 50 por semana (R$ 200 por mês), esperam aumentar em 50% os desembolsos nos próximos 12 meses. Em 2010, o valor mensal era, em média, de R$ 90. Esse universo representa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 32 milhões de pessoas que, no ano passado, gastaram cerca de R$ 32 bilhões.

De acordo com o levantamento, no Nordeste o gasto é menor, de R$ 31 por semana, enquanto no Sudeste as despesas chegam a R$ 54. A pesquisa foi feita em dezembro do ano passado com 1,5 mil jovens das classes A, B, C e D, moradores das nove regiões metropolitanas, além das principais cidades do interior.

Matéria produzida para crédito à disciplina Web Writing. Prof. Rovílson - 7ª período FAPCOM 2011

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