segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Escolas de idiomas celebram “Halloween”

Neuber Fischer

Uma das datas mais importantes do calendário norte-americano, o ‘Halloween’, popularmente conhecido como “Dia das Bruxas”, e comemorado em 31 de outubro, tem se tornado, cada vez mais, popular no Brasil. A principal divulgadora e incentivadora da transmissão desta cultura têm sido as escolas de inglês e bilíngüe.

A comemoração no Brasil, começou há alguns anos, é uma festa, que também se popularizou no país, com a chegada da TV a cabo, e com os filmes de Hollywood. A data tem mais de 2.500 anos de história, é própria da cultura de países de língua inglesa, como Estados Unidos, Reino Unido e Canadá e se baseia em celebrações do povo Celta.

Segundo o franqueado e professor de uma escola de idiomas, Daniel Moreira Lupinacci, a palavra ‘Halloween’ é uma aglutinação de duas palavras em inglês, a saber: ‘hallow’ - sagrado; mais ‘evening’ – noite, estas duas palavras deram origem à ‘Halloween’, uma noite sagrada. “Quando surgiu era uma festa feita para celebrar o dia dos mortos, era um dia sagrado para os celtas. Depois, para os cristãos este dia se tornou, o “Dia de Todos os Santos”, e o termo em inglês era ‘All Hallow Eve’, que acabou se tornando ‘Halloween’, explica.

Ana Clara Valle Barbosa, 16 anos, estudante e aluna de inglês, conta que teve mais contato com o ‘Halloween’, depois que começou a estudar a língua. E quando foi para os EUA, os tios dela que moram lá, contaram um pouco como é a comemoração americana. Ana considera interessante a cultura dos americanos. “É uma tradição bem divertida, as pessoas se fantasiam, enfeitam as casas, recebem as crianças”.

Para o professor de inglês, as escolas de idiomas têm forte participação na disseminação do ‘Halloween’. “além de ensinarmos a língua inglesa gostamos de ensinar um pouco sobre a cultura americana, isto pode, despertar o interesse do aluno para aprender o idioma, é uma forma de tornar o aprendizado mais prazeroso e interessante”, relata Daniel.

As escolas de inglês, em geral, celebram este dia com brincadeiras; fantasias de bruxas, caveiras, vampiros; comidas, bebidas e decoração típicas como abóboras, velas, morcegos, aranhas, nas cores da festa, que são laranja, preto e roxo. Daniel ensina uma das brincadeiras mais famosas, é a ‘Corrida das Múmias’. “Duas crianças enrolam uma terceira com papel higiênico e as múmias devem sair correndo de um ponto a outro, quem chegar primeiro, ganha”.

Na semana da festa, os alunos aprendem com explicações contidas no material didático, sobre o “Dia das Bruxas”. “Explicamos um pouco sobre o ‘Halloween’, e fazemos isto tudo, em inglês. Teve um ano que fizemos várias ‘Jack o’lantern’ com eles, que é uma careta feita nas abóboras” contou Daniel.

Nos EUA a comemoração do ‘Halloween’ é aguardada, principalmente pelas crianças, que saem fantasiadas às ruas para pedirem guloseimas com a famosa pergunta “Trick or treat” – Doces ou Travessuras? Caso a criança não ganhe o doce, ela faz uma travessura com a pessoa, que negou o pedido. Segundo Daniel “geralmente quando os americanos têm filhos pequenos eles compram fantasias, fazem ‘Jack o’lantern’ com eles, e essas crianças saem às ruas pedindo por guloseimas. As escolas fazem festas para os adolescentes também.

Além de agradar ao povo americano, o ‘Halloween’ tem movimentado também a economia brasileira. “Normalmente, fabricamos, em média, 80 toneladas de doces. No ‘Halloween’ este número fica entre 500 e 700 toneladas. São produtos com preços, e embalagens especiais para a data”, conta Antonio Romualdo da Silva, gerente de exportações de uma empresa de balas e doces.

As lojas de fantasias e decorações também agradecem o faturamento, que nesta época do ano, aumenta em torno de 40%, conta Pierre Sfeir, dono de loja. Outro segmento que comemora a popularização do “Dia das Bruxas” no Brasil é o de serviços de recreação de festas. “A cada ano, nós dobramos o número de eventos voltados ao tema. Só no dia 31, temos mais de dez festas agendadas. Apesar de termos um ‘casting’ grande, ainda falta gente. Muitas casas noturnas também contratam nossos serviços nessa época”, afirmou Rodrigo Frias, sócio-proprietário de empresa.

Daniel Lupinacci, que morou nos EUA por três anos e viu de perto as celebrações do halloween americano, acredita que é importante que o aluno que aprende inglês, também conheça a cultura americana e de outros países de língua inglesa. Para o professor a interferências de uma cultura, no caso a americana, em outra, a brasileira, não é prejudicial, “apenas não podemos deixar de lado nossas tradições”.

Ana acredita que o halloween não descaracteriza o Brasil. “Acho que não faz parte da cultura brasileira é somente uma cópia da cultura americana”. Este ano no dia 31, sábado, Ana pretende celebrar o “Dia das Bruxas” na escola, junto com os professores e colegas.


Matéria produzida para a Extensão em Jornalismo Impresso do curso de Comunicação Social - Jornalismo da UNIVÁS.
Atividade supervisonada pela Prof.ª Ana Eugênia Nunes de Andrade.
Publicada no Jornal do Estado em Pouso Alegre-MG, em 30 de outubro de 2009
Edição 1898 / Ano 24 / Pág. 6

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