terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Broadcast News - Nos Bastidores da Notícia


Neuber Fischer

"Broadcast News - Nos Bastidores da Notícia", roteiro e direção de James L. Brooks, dá uma visão real, ainda que caricata, do que eram os bastidores de um telejornal norte-americano, nos anos 1980, ao acompanhar três personagens: uma produtora, a neurótica Jane Graig, vivida pela atriz Holly Hunter; um âncora carismático, mas burro, o Tom, interpretado por Willian Hurt; e Aron, vivido por Albert Brooks, um jornalista talentoso mas fora dos padrões para estar diante das câmeras.

Os três formam um triângulo amoroso enquanto passam por peripécias, conflitos e confusões com muita comédia. Entre a correria de colocar no ar todas as manchetes do dia, desenvolve-se uma trama que envolve romance, vaidade e disputas.

Jane uma jornalista, produtora exigente e perfeccionista, obcecada pelo trabalho, amiga e companheira de Aron, um repórter de primeira, mas considerado feio, os dois se deparam com Tom, o novo colega de redação, apresentador e galã. O problema é que Tom representa tudo o que Jane sempre odiou dentro do meio profissional, um cara que nunca escreve os textos que lê e, na maioria das vezes, não entende dos temas que apresenta no programa. Aron, por sua vez, vê Tom se tornar o queridinho do chefe e ocupar o posto que ele tanto sonhava, o de âncora. Apesar de tudo isso Jane se apaixona por Tom, enquanto seu amigo Aron se apaixona por ela.

Lançado em 1987, o Longa-metragem, colorido, de 133 minutos, produzido pela 20th Century Fox, Amercent Films, American Entertainment Partners L.P., Gracie Films e


distribuído pela 20th Century Fox e Fox Film, recebeu sete indicações ao Oscar (Melhor Ator - Hurt, Coadjuvante - Brooks, Atriz - Holly, Fotografia, Montagem, Filme e Roteiro Original), mas não levou nenhum. Naquele ano o grande vencedor do Oscar foi Bernardo Bertolucci com o ''O Último Imperador''.

Nos bastidores da notícia conta ainda com a participação de Jack Nicholson, âncora de rede, que aproveita com seu personagem para satirizar os apresentadores americanos. O filme tem uma queda do meio para o fim e conclui de forma melancólica. De uma maneira geral, são os atores que tornam interessante um tema que pode não atrair tanto aos que não são do meio jornalístico e da TV. Para quem é do meio o filme retrata dilemas éticos da profissão e da mídia, bons para refletir. Benefícios financeiros, romantismo do profissional e da notícia, culto das falsas imagens, imagem de marca, técnicas de aliciamento para adquirir do funcionário aprovação e confiança, uso da técnica de coerção para cobrar competência e resultados, o poder do dono do jornal ou do editor-chefe que pode ser exercido dentro da redação de forma a prejudicar a carreira de muitos jornalistas, a falta de consideração ao demitir um profissional, romance no trabalho, pressa, falta de apuração, mentira, falsidade, vaidade, deslealdade. Falhas não só éticas, mas morais também, tanto do profissional como de qualquer cidadão comum, que vive em sociedade.


Resenha produzida em 2009 para crédito à disciplina Teorias do Jornalismo da Profª Maria Eunice de Godoy Machado Teixeira.

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