sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Pecuaristas mineiros têm que recadastrar rebanho bovino

Neuber Fischer

Os pecuaristas de Minas Gerais têm até o dia 30 de novembro para atualizar as informações do cadastro do rebanho bovino junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O recadastramento deve ser feito durante a etapa da campanha de vacinação dos animais contra a febre aftosa. A partir desta atualização, o calendário do IMA será unificado com o da Secretaria de Fazenda de Minas. A unificação vai permitir um maior controle do rebanho bovino, tanto para o produtor, quanto para os agentes de fiscalização, garantindo a saúde dos animais em circulação no Estado.

Para fazer o recadastramento, o produtor deve apresentar, na hora da imunização do rebanho, o relatório de vacinação e um documento de identificação. De acordo com Sidney Almeida chefe do escritório do IMA de Ouro Fino “O recadastramento vais ser simultâneo ao acerto do cartão de controle sanitário, então todos os produtores que receberem a carta de compra das vacinas, devem efetuar a compra, vacinar o rebanho e fazer a atualização cadastral”. A unificação passa a valer a partir de dezembro. O produtor tem que declarar o número de cabeças existentes na propriedade, o sexo dos animais e a faixa etária. A atualização deve ser feita por declaração formal do pecuarista ou por intermédio de representação.

O produtor que tiver informações divergentes entre o cadastro do IMA e o da Secretaria de Fazenda fica livre de multas, desde que faça a atualização no período estipulado. A partir de 1º de dezembro a anistia acaba e o produtor está sujeito a multas e outras penalidades. A anistia pretende estimular a formalidade entre os pecuaristas, pois muitos declaravam à Secretaria de Fazenda um número de animais diferente daquele informado ao IMA.

Além da unificação do cadastro, a Secretaria de Fazenda só vai emitir notas fiscais de comercialização daqueles animais que tiveram a Guia de Trânsito Animal (GTA) emitida pelo IMA. O objetivo do Instituto Mineiro de Agropecuária é aumentar o controle do gado que circula em Minas Gerais e evitar o surgimento de doenças que possam comprometer a sanidade do rebanho estadual. Minas Gerais tem o terceiro maior rebanho do país, com 22,3 milhões de cabeças.

A Agência de Defesa Agropecuária, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Ministério da Agricultura, está coletando informações para o Cadastramento Pecuário do Estado.

O levantamento de dados estatísticos, que dará maior suporte às ações de defesa sanitária animal, começou a ser feito em fevereiro nas propriedades por equipes da própria Agência de Defesa, que fazem um trabalho de identificação de todas as espécies animais existentes no local.
Através do Cadastramento Pecuário, vai haver um maior controle sobre as doenças, e o Estado poderá obter uma melhor qualificação no status de febre aftosa.

A segunda etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa está em andamento desde o começo do mês e vai até 30 de novembro. A Agência de Defesa Agropecuária realiza trabalhos de educação sanitária com os pecuaristas nas associações, escolas e entidades afins em todo o Estado, na busca de aproximar os dados de modificação da vacina a realidade do rebanho mineiro. A fiscalização está sendo massificada. Quem for pego fazendo o transporte de animais sem o GTA estará sujeito à multa de R$ 46 por animal.

Com o recadastramento o cartão sanitário vai ser substituído pelo cartão de identificação do produtor, a declaração da vacina só pode ser entregue no escritório do IMA onde está o cadastro do pecuarista. O produtor que fizer o recadastramento dentro do prazo terá os seguintes benefícios: aumento do rebanho sem limites, diminuição de até 5% dos machos com idade acima de 3 anos e diminuição de até 12% dos animais de outras idades. Segundo o chefe do escritório do IMA de Ouro Fino Sidney Almeida “O cartão antigo que tem a identificação das vacinas contra aftosa na frente, contra brucelose no verso e no meio tem a categoria e o número de animais vai ser substituído por um novo cartão, semelhante ao de banco, mas não magnético, onde vai conter o nome e o número do produtor, o número da propriedade e as vacinas, mas não terá mais a quantidade do rebanho”.

A Febre aftosa é uma enfermidade altamente contagiosa que ataca todos os animais de casco fendido; principalmente bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Dá-se em todas as idades, independente de sexo, raça, clima. A doença é produzida pelo menos por seis tipos de vírus, com a particularidade de que uns causam ataques mais graves que outros, e alguns se propagam mais facilmente.

Os surtos de aftosa surgem repentinamente e, com muita freqüência, todos os animais suscetíveis do rebanho apresentam os sintomas praticamente ao mesmo tempo. Em conseqüência da febre, e da dificuldade em alimentar, acontece a quebra da produção leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva.

No dois primeiros dias a infecção progride pelo sangue do animal que apresenta febre,surgem as pústulas, vesículas, que se rompem liberando um liquido transparente ou turvo; e dão aftas, que aparecem em 24 ou 48 horas, na língua, lábios, gengivas, entre os cascos e tetas. O animal baba muito e tem dificuldade de se alimentar. A febre desaparece, e a manqueira começa, bem como a mamite.

As medidas tomadas em caso de doença são: Sacrifício dos animais doentes e suspeitos, destruição dos cadáveres e indenização dos proprietários. Em caso de suspeita da existência da doença o aviso imediato a um médico Veterinário, quando confirmada a doença, os animais doentes são isolados, é proibida a entrada e saída de veículos, pessoas e animais, e cabais de passagem com desinfetantes devem ser instalados com orientação de médico veterinário. Como medida preventiva é obrigatória a vacinação regular do gado; compra e transporte de animais devem ser efetuados com atestado.

No entanto cuidados específicos devem ser tomados quanto a vacinação para que ela não seja invalidada, os cuidados com a vacinação vão desde o transporte e acondicionamento das vacinas, que em temperatura inadequada perdem rapidamente a validade, até ao tipo de agulha utilizada na vacinação e a quantidade aplicada por animal. O trabalho de vacinação, se não bem orientado, será inválido e o rebanho não se encontrará protegido, mesmo que vacinado.


Matéria produzida para a Extensão em Jornalismo Impresso do Curso de Comunicação Social - Jornalismo da UNIVÁS.
Atividade supervisionada pela Profª. Ana Eugênia Nunes de Andrade.
Publicada no Jornal do Estado em Pouso Alegre-MG, em 17 de outubro de 2008
Edição Nº 1738 / Ano 21 / Pág. 6

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